A dissonância cognitiva, mais que a capacidade de análise é que faz com que muitos pratiquem o relativismo moral que vivemos, para não abrir mão do idealismo juvenil ou do oportunismo adulto.
A dissonância mostra que reconhecer o fracasso de um projeto ou ideia, causa sofrimento mental. Assim, preferem evitar a ferida mortal de aceitar a falha, preferindo culpar terceiros ou permanecer no discurso da negação.
É desta forma que aceitam os 10 milhões de desempregados, as 100 mil lojas fechadas, o recuo da indústria em uma década, a inflação de dois dígitos, a recessão (PIB negativo) por inéditos três anos seguidos, os 40 ministérios barganhados (latifúndio improdutivo), o aparelhamento incompetente da máquina pública, a tentativa de quebrar moralmente a sociedade, o abandono do mérito.
Da mesma forma que tapam o nariz para os mais de 20 ministros caídos por corrupção, dois tesoureiros do partido presos, dois publicitários e dois ex-presidentes presos, além de deputados condenados, um senador preso em pleno mandato, empreiteiros e funcionários já julgados e condenados pelos negócios escusos com o governo.
Toleram o saque voraz à Petrobrás e aos fundos de pensão. Engolem calados o “petrolão” e o “mensalão” praticado pela “sofisticada quadrilha” no dizer do Procurador Geral ou pelos que queriam” solapar a democracia” ao comprar sistematicamente o Congresso Nacional, no dizer do decano Celso de Mello, do STF.
Comungam com o fracasso da saúde, da educação, do combate à violência e às drogas, enquanto desmerecem uma babá que trabalha. Ou vibram com estádios construídos em conluio com os empreiteiros presos que repassam palestras falsas, doam cozinhas e elevadores privativos em sítios e tríplex sem donos.
São obrigados a negar a lei gritando “perseguição” ou “peguem o outro ladrão, que não inventei a corrupção” ao invés de alegar inocência, ou negar os fatos gravados, delatados, ou os recursos recuperados.
Toleram que um investigado seja nomeado ministro claramente para obstruir a Justiça. Reclamam do vazamento de áudios, como se fosse mais importante que os fatos.
Acusam ministros do STF de partidários, mas só os que não comungam com sua cartilha, esquecendo os ex-funcionários. Vivem do ressentimento e sequer assumem o estelionato eleitoral, enquanto defendem uma política externa abjeta e criminosa como a bolivariana.
É gente que tolera que se chame pejorativamente de “coxinha” aqueles que são, hoje, a maioria da Sociedade, mas se indigna ferozmente com o “mortadela”.
Enquanto os brasileiros querem que o país seja passado a limpo, pouco importando a filiação dos presos, praticam a indignação seletiva, com a superioridade moral e intelectual dos que têm lado: o lado cúmplice.
Meu pai sempre me dizia uma frase: o que precisa ser feito, tem de ser feito. Os atentados terroristas que estão colocando a Europa em pânico são um retrato do que acontece toda vez que nos omitimos, seja qual for a razão, de fazermos o que tem de ser feito.
O mimimi sociológico do multiculturalismo, a culpa ancestral, a inibição produzida pelo avanço cultural, a anorexia do exercício do poder, levou a Europa à permissividade na sua ocupação e infiltração por indivíduos que trazem um ódio atávico, uma intolerância cultural arrogante e bruta. Que não admitem a convivência e sim buscam a supremacia de sua escolha religiosa e cultural.
Agora, paga a Europa o preço da sua incapacidade de entender que está em guerra, que é alvo, que sua liberdade tá em jogo, que a civilização como a entendemos está sitiada. Ou reage sem medo, sem receio dos discursinhos da academia, da intelectualidade polifônica, mas inadequada aos tempos atuais, ou será aniquilada nos seus fundamentos. Ou impõe seu legado cultural como elemento aser respeitado por quem a ocupa, ou se manterá refém como está. Cada morte nestes atentados é um diploma a ser colado na memória de seu povo pela covardia em fazer um enfrentamento, infelizmente, necessário. Os novos bárbaros estão chegando e vão cruzar o Rubicão.
Os meios de comunicação revelaram, ontem, que conhecida figura política de nosso País, em diálogo telefônico com terceira pessoa, ofendeu, gravemente, a dignidade institucional do Poder Judiciário, imputando a este Tribunal a grosseira e injusta qualificação de ser “uma Suprema Corte totalmente acovardada“!
Esse insulto ao Poder Judiciário, além de absolutamente inaceitável e passível da mais veemente repulsa por parte desta Corte Suprema, traduz, no presente contexto da profunda crise moral que envolve os altos escalões da República, reação torpe e indigna,típica de mentes autocráticas e arrogantes que não conseguem esconder, até mesmo em razão do primarismo de seu gesto leviano e irresponsável, o temor pela prevalência do império da lei e o receio pela atuação firme, justa, impessoal e isenta de Juízes livres e independentes, que tanto honram a Magistratura brasileira e que não hesitarão, observados os grandes princípios consagrados pelo regime democrático e respeitada a garantia constitucional do devido processo legal, em fazer recair sobre aqueles considerados culpados, em regular processo judicial, todo o peso e toda a autoridade das leis criminais de nosso País!
A República, Senhor Presidente, além de não admitir privilégios, repudia a outorga de favores especiais e rejeita a concessão de tratamentos diferenciados aos detentores do poder ou a quem quer que seja.
Por isso, Senhor Presidente, cumpre não desconhecer que o dogma da isonomia, que constitui uma das mais expressivas virtudes republicanas, a todos iguala, governantes e governados, sem qualquer distinção, indicando que ninguém, absolutamente ninguém, está acima da autoridade das leis e da Constituição de nosso País, a significar que condutas criminosas perpetradas à sombra do Poder jamais serão toleradas, e os agentes que as houverem praticado, posicionados, ou não, nas culminâncias da hierarquia governamental, serão punidos por seu Juiz natural na exata medida e na justa extensão de sua responsabilidade criminal!"
O objetivo final de um governo é administrar o país para o povo. Toda vez que ele se desvia desta função e passa trabalhar em função de um partido, ou de um membro de seu partido, ele perde sua função. E toda vez que ele passa a executar esta ação com o objetivo de impedir que este membro partidário seja preso pela Justiça, ele perde completamente sua legitimidade, tornando-se cúmplice dos atos criminosos praticados. Além disto, esta ação é claramente um ato de obstrução a Justiça o que é passível de prisão e punição criminal.
Dilma, ao nomear Lula, ameaçado pela Lava Jato, abre mão, enfim, da sua fantasia governamental e torna-se o que sempre foi: um enfeite fingindo ter capacidade de gerentona, mas com performance de um pereba. Apequena a República, torna-a não apenas um celeiro de processados, mas um reduto criminal, batendo na cara do país decente, honesto, trabalhador que disse nas ruas, no dia 13, que não aceitava a corrupção vigente, nem os desmandos de seu governo.