O vereador Roberto Tourinho chegou a ter nove votos prometidos para presidir o Legislativo, após articulações iniciadas pelo vereador reeleito Justiniano França (atualmente afastado para comandar a secretaria de Serviços Públicos). Mas as conversas não progrediram e Tourinho nem sequer foi candidato no dia 1 de janeiro, quando Ronny foi eleito para o período de 2017/2018, com 19 dos 21 votos possíveis.
“Só faltavam dois votos”, lamentou a vereadora Eremita Mota, que levantou o assunto durante a discussão do projeto que permitiu a reeleição para a presidência, o que vai proporcionar que Ronny possa presidir a Câmara indefinidamente.
A revelação deixou indignado o líder do governo, José Carneiro. “Se Justiniano fez isso com a senhora vou dizer que é homem de duas caras”, criticou, explicando que para ele, Justiniano indicou Ronny como candidato.
Tourinho também se manifestou, confirmando e detalhando a informação trazida por Eremita. Contou que no dia 3 de outubro, o dia seguinte à eleição de 2016, recebeu telefonema de Justiniano e participou de reunião na casa de Zé Chico, que foi candidato a deputado federal em 2014.
Os encontros prosseguiram e em determinado ponto chegou-se ao número de nove vereadores, segundo Tourinho e Eremita (por sinal os únicos que não votaram em Ronny na eleição para a presidência).
Com esse quadro, os articuladores chegaram a escolher os nomes para a disputa. Tourinho contou que numa conversa com Justiniano e Cadmiel, esboçou uma chapa num guardanapo.
Nem Tourinho nem Eremita souberam explicar porque o suposto grupo de apoiadores do opositor de Ronny abandonou o barco e aderiu em massa à candidatura do atual presidente. Justiniano não veio a público comentar o episódio.
REELEIÇÃO APROVADA
Na sessão de ontem (15), os vereadores voltaram a permitir a reeleição para a presidência na mesma legislatura. Ou seja, Ronny poderá se candidatar para comandar o Legislativo no período 2019/2020.
A reeleição tinha sido extinta com emenda à Lei Orgânica de José Carneiro, que os vereadores aprovaram em dezembro. Ao anunciar o voto contrário à nova emenda, o líder disse que sua posição era pessoal e não do governo. Mas cobrou dos colegas explicações sobre porque tinham se “arrependido” do voto contra a reeleição, dado no final do ano passado.
Tourinho também votou contrário à emenda (de autoria de Isaías de Diogo). “Lei não pode ser como couro de cobra, pra não usar outra expressão. Lei não é estica e puxa. Lei não pode ser feita de encomenda. Porque nós passamos. Uma lei não pode ser votada para beneficiar Ronny ou não beneficiar. Porque Ronny hoje é vereador presidente, amanhã pode não ser. Eu sou vereador, amanhã posso não ser. As leis podem e devem ser feitas para a cidade independente de quem seja o presidente”, apelou.
A emenda acabou aprovada, com os votos contrários de Tourinho e Zé Carneiro e as abstenções de Eremita e Edvaldo Lima. Na semana que vem a emenda será votada em segundo turno.
Militante histórico do Partido dos Trabalhadores, que já foi candidato a prefeito e dirigiu o diretório municipal em algumas ocasiões, o engenheiro civil Gerinaldo Costa lança neste sábado às 18 horas no bar Resenharia sua candidatura para retornar à função.
A questão da unidade partidária é uma das principais preocupações. “Unidade pela reconstrução” é o nome da chapa liderada por Gerinaldo. Ele reconhece que o PT não se engajou na campanha passada, quando Zé Neto foi mais uma vez candidato ao governo municipal, repetindo o mau desempenho das tentativas anteriores.
Além das questões internas do PT, analisando a situação política atual ele entende que um novo ciclo deve se abrir na cidade, após o fim do atual mandato do prefeito José Ronaldo, que governa pela quarta vez. E para estar preparado para o que vier, o PT precisa voltar ao que foi.
“Começávamos a discutir a cidade e a campanha dois, três anos antes das eleições. Nossos candidatos iam para a rua com propostas”, diz ele, num contraste com o pleito passado em que não houve uma única reunião dos candidatos para afinar o discurso. A postura interna do PT, ele acredita, foi determinante para que o partido tivesse a bancada reduzida (dois se elegeram vereadores em 2012 e em 2016 apenas um).
Em todas as eleições municipais o PT gira em torno de Zé Neto. Divide-se entre os contra e os a favor e nunca está unido. Gerinaldo entende que é preciso superar esse conflito interno para melhorar o desempenho. Disse que não procurou Zé Neto, mas ficou sabendo por terceiros que o deputado estadual e líder do governo apoiava seu nome. E acredita tanto que é possível recuperar a unidade partidária que sonha com a possibilidade de retorno de ovelhas desgarradas, como Ângelo Almeida, que migrou para o PSB, dentro do mesmo arco ideológico e até do ex-vereador Pablo Roberto, hoje integrante do grupo de José Ronaldo.
Os desejos de Gerinaldo podem ser classificados como sonhos. Vai ser preciso muito esforço para que virem realidade. A própria eleição do diretório, no mês que vem, não deve ser feita dentro deste espírito de unidade, já que pelo menos mais duas chapas se anunciam na disputa, uma delas tendo à frente outra liderança histórica, Ivannide Santa Bárbara, que conta com apoio do único vereador do partido, Alberto Nery.
RECEITA (R$) | Recurso próprio | |
RONNY | 62.200,00 | 66% |
EREMITA MOTA | 59.000,00 | 34% |
ELI RIBEIRO | 39.736,31 | 14% |
EDVALDO LIMA | 39.700,00 | 76% |
JOSÉ CARNEIRO | 35.040,00 | 47% |
GERUSA | 34.480,00 | 79% |
ALBERTO NERY | 33.920,00 | 35% |
MARCOS LIMA | 30.500,00 | 98% |
ROBERTO TOURINHO | 22.500,00 | 11% |
JUSTINIANO FRANÇA | 19.640,00 | 11% |
EWERTON CARNEIRO | 16.940,00 | 97% |
LULINHA | 13.645,00 | 95% |
CADMIEL PEREIRA | 12.850,00 | 26% |
ISAÍAS DE DIOGO | 10.120,00 | 46% |
LUIZ DA FEIRA | 9.355,00 | 9% |
JOÃO BILILIU | 8.523,08 | 95% |
ZÉ FILÉ | 7.757,45 | 14% |
GILMAR AMORIM | 4.832,00 | 31% |
ZÉ CURUCA | 3.730,00 | 88% |
FABIANO DA VAN | 3.650,00 | 36% |
RON | 2.845,00 | 79% |
Na reabertura dos trabalhos do Legislativo, em 15 de fevereiro, o prefeito José Ronaldo informou que nos próximos dias estaria pagando a antepenúltima parcela do empréstimo em dólar feito junto à CAF (Corporação Andina de Fomento) para construção dos viadutos em Feira de Santana.
Prestes a ficar livre do compromisso financeiro, é um bom momento para fazer a parte que ficou faltando. Os viadutos que estreitam as avenidas principais da cidade foram um mecanismo importante de segurança no tráfego ao eliminar cruzamentos. E melhoraram o acesso a áreas da cidade que se desenvolveram mais rapidamente a partir de então. Mas sempre tiveram o defeito de reduzir à metade a largura da pista quando se entra neles.
Com isso se formam engarrafamentos nos horários de pico e confusões entre os motoristas obrigados a negociar a entrada no funil. Vez por outra ocorre um acidente. Nessas horas é que a coisa complica ainda mais.
Como no caso da foto que recebi de batida ontem na subida da Maria Quitéria para a Fraga Maia. Dá pra ver o carro vermelho, amassado, após atingir o fundo de outro. Envolvidos na batida desceram dos veículos para o asfalto. E quem vinha atrás ficou travado no engarrafamento. Inevitável, pois para passar pelo local da batida, os que iam na mesma direção eram obrigados a invadir a pista contrária (levando a risco de mais acidentes).
O serviço ficou incompleto também na Cidade Nova, quando após longa e irritante obra, foram eliminados alguns cruzamentos da antiga rótula mas outros permaneceram, mantendo tanto o risco de acidentes quanto o travamento do tráfego.
Ouvi resignado ontem alguns vereadores de Feira de Santana, que louvaram a mulher pelo seu papel de mãe e dona de casa. Embora nem todos tenham se pronunciado desta forma, houve, é claro, quem o fizesse.
Mas não consegui deixar de me espantar ao ver o presidente da República se equiparar a nossos edis, quando entre outras “pérolas”, afirmou que “na economia, também, a mulher tem uma grande participação. Ninguém mais é capaz de indicar os desajustes, por exemplo, de preços em supermercados mais do que a mulher. Ninguém é capaz melhor de identificar eventuais flutuações econômicas do que a mulher, pelo orçamento doméstico maior ou menor”.
O presidente recebeu pela internet as respostas compatíveis com a qualidade de suas declarações. Os vereadores foram poupados, porque mesmo a ativista que usou do microfone na sessão deixou de repreendê-los.