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Para Dom Zanoni igreja precisa caminhar com as próprias pernas em Feira

Juliana Vital - 10 de Dezembro de 2015 | 18h 15

O novo arcebispo afirma que é preciso investir em formação

Para Dom Zanoni igreja precisa caminhar com as próprias pernas em Feira
Dom Itamar e Dom Zanoni, em visita à Tribuna Feirense

“Perdoem as minhas limitações, minhas fragilidades e qualquer outra falha. Sinto-me hoje feliz, tranquilo e agradecido”. Assim o arcebispo Dom Itamar Vian se despediu da titularidade da arquidiocese, na missa que celebrou a posse de Dom Zanoni no cargo máximo da hierarquia católica numa região que vai de Feira de Santana ao Oeste da Bahia. A diocese contempla cerca de 982 mil habitantes e uma extensão de mais de 6 mil quilômetros de território baiano.

Na quarta-feira (02), dia da posse, Dom Zanoni esteve na redação da Tribuna Feirense, trazido por Dom Itamar e acompanhado também pelo monsenhor José Nery, da catedral. Foram recebidos pelo editor Glauco Wanderley.

Sereno, o novo arcebispo avalia que vai assumir a direção da igreja em uma metrópole que está crescimento e constante transformação. “Quem é Feira de Santana? Ela é o sinal de urbanidade, tem gente de todo canto. Como evangelizar na cidade, na urbanidade? As respostas que se davam antes não se dão mais hoje, tínhamos respostas de mais de 400, 500 anos de igreja. Uma pessoa mora na zona rural, mas trabalha na cidade, estuda na cidade, vemos uma mudança de época e em Feira tem isso, é uma metrópole”, reflete Dom Zanoni.

São características que já impressionavam o arcebispo, agora emérito, Dom Itamar, que chegou para assumir a função em 1995. “A cidade cresce muito, muda demais. Além disso são muitas paróquias, é preciso visitar sempre todas, viajei muito, percorri a Bahia toda, é muita preocupação”, avalia Dom Itamar. Ele lembra que quando inaugurou o centro diocesano no Papagaio, onde a igreja mantém cursos de formação e faculdades, o local era considerado “no meio do mato”. Recentemente, ele contou 19 condomínios no entorno.

Morando na cidade desde fevereiro, Dom Zanoni afirma que sua visão mudou, mas que ainda é pouco tempo para dizer que já a conhece bem. “A concretude das pessoas, a realidade, a riqueza da cidade, a medida que vamos caminhando conhecendo e percebendo a história de uma região e de um povo, vamos mudando o modo de ver. Mas só depois de uns dez anos é que conseguimos traçar um perfil da cidade. A alma do povo é uma caminhada”, filosofa.

Ele ressalta a necessidade de investir em formação, agora por conta própria, não mais com padres que vinham muitas vezes do exterior e chegavam formados. “Antes já se recebia o padre pronto. Hoje é preciso dar sustentabilidade a esta formação, caminhando com as próprias pernas, para formar nossa juventude e passar para a nova geração os valores adequados”, recomenda.

O religioso afirma ainda que haverá mudanças com remanejamentos de padres nas paróquias, porque atualmente há uma necessidade de trazer os padres com mestrado e doutorado para ajudar na faculdade. Embora não exista uma norma rígida, é de praxe que nenhum fique mais que 6 a 8 anos em cada paróquia.

Para o novo arcebispo a igreja deve estar presente nas discussão dos assuntos que afetam a comunidade. “Temos uma missão importante em manter o diálogo com a sociedade, temos muito a contribuir”, promete Dom Zanoni, listando a erradicação do trabalho escravo, o direito à terra e os impactos ambientais na construção das usinas e transposição de rios como temas nos quais a igreja deve se posicionar. Ele adiantou que o tema da campanha da fraternidade de 2016 é saneamento básico, um assunto da maior importância no que diz respeito à saúde.

Entre as responsabilidades administrativas que de uma maneira ou outra estão  sob a autoridade do arcebispo, estão as faculdades, a fazenda da Esperança, a rádio São Gonçalo e outros, que juntos chegam a empregar cerca de 100 funcionários.

Livre da obrigação de administrar a igreja, Dom Itamar anuncia que vai se dedicar a visitar doentes e idosos e continuará escrevendo, como faz infalivelmente a cada semana.



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