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Militantes pedem saída de coordenador do Ministério da Saúde

14 de Janeiro de 2016 | 16h 50
Militantes pedem saída de coordenador do Ministério da Saúde

Militantes de entidades que defendem tratamento de transtornos mentais fora de  manicômios fizeram hoje (14) ato público em frente ao Ministério da Saúde. Eles protestaram contra a nomeação de Valencius Wurch para o cargo de coordenador nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. Os militantes alegam que ele tem posições incompatíveis com os avanços da reforma psiquiátrica brasileira.

De acordo com a psicóloga e representante do Movimento Pró-Saúde Mental-DF, Janisse Carvalho, o protesto marca um mês de ocupação da sala de coordenação-geral de Saúde Mental do ministério. Segundo ela, dez pessoas ocupam pacificamente duas salas do prédio na Esplanada dos Ministérios e pedem a exoneração de Wurch.

“Ele foi diretor, durante alguns anos, do maior hospital psiquiátrico da América Latina, a Casa de Saúde Doutor Eiras, no Rio de Janeiro. O coordenador sempre se mostrou contra a reforma psiquiátrica que vem acontecendo no Brasil desde a década de 80 e se constituiu na Lei 10.216, de 2001. Ele sempre se manifestou contra, se posicionou contra.”

O aposentado Carlos Henrique de Barros, 46 anos, veio de Uberlândia (MG) para prestar apoio à luta antimanicomial. Diagnosticado com esquizofrenia e epilepsia ainda jovem, ele chegou a ser internado 32 vezes – sete delas em hospitais psiquiátricos.

“Vi barbaridades. Ao longo dos anos, vi coisas que, se você visse hoje, não acreditaria que era um ser humano que fazia aquilo. E não me ajudou em nada, só atrasou a minha vida”, disse. Barros recebe tratamento em um Centro de Atenção Psicossocial e garante estar em situação bem melhor do que a que viveu nos manicômios.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que “o governo federal tem impulsionado a construção de um modelo humanizado, mudando o foco da hospitalização/segregação e promovendo tratamento às pessoas com transtornos mentais e decorrentes do uso de álcool e drogas, com base em um modelo de cuidados voltado para a reinserção social, a reabilitação e a promoção de direitos humanos”.

“A escolha do novo coordenador de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, o médico psiquiatra Valencius Wurch, vem reforçar essa política. Wurch participou das discussões que culminaram na reforma psiquiátrica, amplamente debatida pela sociedade e aprovada pelo Congresso Nacional. O Ministério da Saúde considera a reforma psiquiátrica uma conquista do setor e não admite retrocessos na política em desenvolvimento, garante o ministério”

FONTE: Agência Brasil



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