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André Pomponet

Desemprego segue como flagelo em Feira de Santana

André Pomponet - 21 de Outubro de 2016 | 10h 16
Desemprego segue como flagelo em Feira de Santana

Durante mais de um ano a imprensa martelou que bastava desapear Dilma Rousseff do poder – e o Partido dos Trabalhadores (PT), por tabela – que a situação econômica do Brasil começaria a melhorar. Conforme alardeava o noticiário, tudo se resumia a uma questão de expectativas: estabelecendo-se a previsibilidade e uma pretensa racionalidade econômica, tudo voltaria ao normal em pouco tempo. Desde o afastamento, houve uma mudança brusca de enfoque nas notícias, com uma infinidade de subjetividades sinalizando que, a partir de então, o País sairia da recessão.

Não é o que está acontecendo: nos últimos dias, a divulgação de diversos indicadores apontou que a economia brasileira segue em marcha lenta. E as expectativas de retomada foram lançadas para 2017 em diante. Até aqui, tudo que o controverso governo do emedebê de Michel Temer conseguiu foi ressuscitar um discurso liberal caipira, digno da República Velha.

O pior da crise não é, sequer, a crise em si, mas a completa ausência de perspectivas em relação ao futuro. Qualquer desavisado percebe facilmente que não é Michel Temer e seu ministério de nulidades que vai remover o país do atoleiro em que Dilma Rousseff – e o próprio PMDB – o meteram. Os números divulgados ao longo da semana reforçam essa noção.

Na Feira de Santana, por exemplo, a crise segue voraz, reduzindo centenas de postos formais de emprego todos os meses. Desde maio – quando Michel Temer assumiu – não houve nenhum mês cujo saldo entre admissões e desligamentos fosse positivo. Em agosto foram 318 empregos de menos, confirmando a tendência de julho (- 870), junho (-435) e maio (-900). Os números são oficiais, do Ministério do Trabalho.

A massa salarial – a remuneração paga aos trabalhadores – está em queda desde 2014, inclusive em termos nominais, sem descontar a inflação. Alcançou R$ 187,6 milhões naquele ano, mergulhando no abismo em 2015 (R$ 181,4 milhões) e em 2016 (R$ 177,3 milhões). Nesse quesito, dois fatores são determinantes: o desemprego ascendente e a queda no rendimento dos trabalhadores.

Tudo indica que o Natal em 2016 vai ser ainda mais magro que o do ano passado. Afinal, as empresas sinalizam que não pretendem contratar muita mão-de-obra temporária e não irão robustecer seus estoques. Indício que o consumidor segue cauteloso e endividado e que a luz no fim do túnel da recessão – apesar de toda a festiva cobertura da imprensa – ainda não se vislumbra no horizonte.



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