Até a eleição de 2018, Geddel Vieira Lima é candidato à prisão. Mesmo porém que esteja em liberdade, estará sem condição de impor nada aos aliados da oposição ao PT. Qualquer eventual dívida que ACM Neto pudesse ter com o peemedebista, estará zerada até lá. Se deixar o comando da prefeitura de Salvador para concorrer ao governo do estado (isto hoje parece óbvio, mas…), o neto de ACM entregará o cargo ao seu próprio peemedebista de estimação, Bruno Reis, que tirou do PRP para colocar no partido de Geddel.
Numa jogada digna de velha raposa, o que ACM Neto fez ali em 2013 foi fincar uma cunha para assumir o controle do PMDB caso as coisas desandassem para os Vieira Lima, como está ocorrendo.
A passagem de bastão em Salvador, portanto, está equacionada. Bruno Reis é homem do prefeito e não deve satisfações ao amigo de Temer que ainda controla o PMDB baiano.
Em Feira a situação é mais complexa. Ex-crítico ferrenho de Geddel, o vice-prefeito Colbert Martins coloca-se sempre numa postura de defensor do atual aliado, diminuindo-se ao ponto de considerar que até a citação que recebeu em delação premiada de executivo da Odebrechtvisava na verdade atingir seu líder partidário.
Como fidelidade a Geddel pesará pouco ou nada na balança da política daqui a mais alguns dias, para que Colbert assuma a prefeitura pela via da renúncia de José Ronaldo para concorrer a algum cargo majoritário em 2018, terá que tornar-se ele mesmo homem da confiança ou títere de Ronaldo. Assim como em Salvador, em Feira o PMDB também não estará em condições de impor nada ao prefeito. O mesmo raciocínio vale para o caso de Ronaldo cumprir seu mandato até o fim: Colbert terá que se credenciar junto a ele, se quiser ter apoio na eleição para prefeito de 2020.