A vitória de Temer, na CCJ, está longe de representar absolvição de culpas ou atestado de bom comportamento. Ao contrário, apenas faz afundar mais na lama parlamentar o Congresso nacional.
A manobra de trocar deputados de acordo com cada votação é legal e permitida no Regimento da Câmara, mas viola a democracia ao tornar um jogo de cartas marcadas e preço certo os votos ali apresentados. A mudança ao sabor dos interesses rompe a legitimidade da Comissão, o papel fiscalizador do Legislativo, o exercício democratico e coloca de joelhos o Legislativo diante do Executivo.
A manobra não foi inventada por Temer, nem ele foi o primeiro a usá-la - em verdade um aptidão de todos os governos-, mas soa anti-ética, indecente e imoral especialmente nos dias atuais e comandada por um Presidente que é o primeiro da história a ser denunciado pela Procuradoria da República.