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Valdomiro Silva

Do corriqueiro ao inadmissível, os equívocos dos atletas, no Ba-Vi

19 de Fevereiro de 2018 | 07h 07
Do corriqueiro ao inadmissível, os equívocos dos atletas, no Ba-Vi
O que dizer dos absurdos ocorridos hoje à tarde, no Estádio Barradão, no início do segundo tempo do clássico Ba-Vi, pela fase classificatória do certame estadual? O atacante Vinícius, do Bahia, fez de pênalti, bem marcado,  o gol de empate (o Vitória vencia de 1x0, até os cinco minutos do segundo tempo) e aí começou um grande tumulto, que culminou com o encerramento da partida, 10 minutos depois.
 
Vinícius foi comemorar o gol diante da torcida do Vitória, uma provocação que, no futebol, normalmente é punida com o cartão amarelo. O goleiro rubro-negro, Fernando Miguel, reprovou a atitude, o repreendeu, e exagerou, ao agarra-lo pela camisa, aparentemente para afasta-lo dali.
 
Foi o suficiente para que a confusão se generalisasse. Outros jogadores do Vitória partiram para cima de Vinícius, que quase foi massacrado. Atletas do Bahia, em sua defesa, entraram na briga. 
 
A atitude de Vinícius, ou de qualquer outro jogador, ao fazer o gol, se dirigir à torcida adversária, é  desrespeitosa e deve ser punida. É uma ação que pode gerar reação ruim do outro lado. Um torcedor mais afoito pode lançar-lhe um objeto ou até invadir o campo para lhe tirar satisfação.
 
Fernando Miguel cometeu um excesso, ao agarra-lo. Mas não pode ser considerado culpado pelo episódio. Ele não convidou o zagueiro Kanu nem nenhum outro companheiro a atacar o jogador do Bahia. Mereciam, Vinícius e o goleiro, cartão amarelo. E possivelmente apenas isto ocorreria, não fosse a ação do zagueiro Kanu e do atacante Denilson, ambos do Vitória.
 
Esses dois partiram para a agressão por livre e espontânea vontade. Assim como o meio-campo Rainer, também do Vitória, que deu um soco em outro adversário. Os três mereceram ser expulsos e devem, para o bem do futebol, receber uma punição exemplar do Tribunal de Justiça Desportiva.
 
O árbitro Jailson Macedo também agiu acertadamente ao expulsar o zagueiro Edson, reserva do Bahia, que agrediu covardemente ao lateral rubro-negro Bryan. E acho que exagerou ao expulsar Vinícius. Portanto, a vantagem numérica do tricolor poderia ter sido ainda maior naquele momento: três expulsões de titulares do Vitória contra nenhuma do visitante.  
 
Portanto, os culpados de tudo isso são fáceis de se identificar: aqueles que agrediram fisicamente. O que ocorreu entre Vinícius e Fernando Miguel é reprovável, sim, mas algo corriqueiro no futebol. Socos e ponta-pés, no entanto, estão totalmente fora de contexto deste esporte. Fazem parte de outras modalidades esportivas, disputadas em ringues.
 
Minutos depois, acontece uma quarta expulsão no Vitória. Uilliam Correia segura um atacante do Bahia em direção a área. Como já tinha amarelo, recebe o vermelho. Não há provas, por enquanto, mas tudo indica que um dirigente do time da casa manda uma ordem ao técnico Wagner Mancini: que o time provocasse uma quinta expulsão e assim não poderia mais continuar o jogo. 
 
O próprio Fernando Miguel provoca (ele já havia recebido amarelo na confusão do pênalti) mas quem acaba sendo expulso é o jovem zagueiro Bruno. Ele provoca visivelmente a punição. Também já tinha sido "amarelado" e resolve dar um chute na bola, jogando-a  para longe do local da falta. 
 
Com o goleiro e apenas cinco na linha, no time do Vitória, o jogo não pode mais continuar. O árbitro apita o final, com menos de 20 minutos de bola rolando no segundo tempo.  Não julgo a decisão do Vitória, de abandonar o jogo. Melhor peder os pontos do que levar 10x1, o que poderia ter ocorrido, se atuasse com menos três  em campo. 
 
Creio que nenhuma partida de futebol deveria ser levada adiante com uma das equipes atuando com menos três jogadores. Se com um, apenas, o jogo já perde a graça, imagine-se tamanha diferença.
 
O que precisa ocorrer é a punição exemplar de quem agrediu companheiro de profissão com socos. Um fato lamentável, que envergonha o futebol da Bahia. A torcida, em vez de aplaudir os seus times, deveria ingressar na Defesa do Consumidor e exigir o dinheiro que pagou para ver o jogo. 


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