Ao longo de suas 38 rodadas, o Campeonato Brasileiro apresenta várias oscilações, na parte de cima, onde se encontram os clubes que lutam pelo título e vaga na Libertadores da América, e lá embaixo, na zona maldita, onde as equipes que não se prepararam bem travam uma guerra para não cair de divisão. Os times tem seus altos e baixos, durante o certame. Vejam Bahia e Vitória, nossos representantes no torneio nacional.
O Bahia já teve momentos empolgantes, a ponto de o técnico Felipão, do Palmeiras, dizer que o tricolor seria um osso duro de roer, após o seu time superar este adversário nas quartas de final da Copa do Brasil, ao derrota-lo no segundo jogo do mata-mata, em São Paulo.
Gilberto, o centro-avante, despontava como artilheiro. Zé Rafael vivia grande fase. E até o limitado atacante Edgar junior vinha fazendo gols. De lá para cá, e não faz muito tempo, tudo mudou. A profecia de Luiz Felipe Scolari não se confirmou. E o time do Fazendão vem perdendo mais que ganhando as partidas.
Não se encontra na zona de rebaixamento e até mantém uma razoável folga de cinco pontos para o primeiro time dentro do grupo de descenso, o Sport. Mas está bem longe de inspirar confiança ao seu torcedor. Vem de derrota para o São Paulo, no Morumbi, e tem pela frente uma sequencia de jogos muito difícil: Palmeiras no domingo, Flamengo, Grêmio e Vasco, não necessariamente nessa ordem.
Precisará somar pontos, ou a pequena gordura que adquiriu, após vencer os nordestinos Ceará e Sport, vai pro espaço. A tabela é ingrata. O time vai precisar melhorar muito, especialmente o desempenho ofensivo, para conseguir algo diante desses adversários difíceis.
O Vitória esteve desesperado, figurando no Z-4 e com um time que não transmitia qualquer esperança ao seu torcedor. Chegou o técnico Paulo César Carpegiani, tirou alguns jogadores do time titular e colocou jovens da divisão de base e o cenário vem mudando. O Leão não vem jogando um futebol de alto nível, mas melhorou a competitividade, a raça e já se vê uma certa organização tática.
Venceu os três últimos jogos no Barradão e empatou no Rio de Janeiro contra o Fluminense. Atualmente tem um ponto a mais que o Bahia e seis à frente do primeiro time da fila dos candidatos a Série B. Diferentemente do Bahia, tem uma tabela menos complicada. Seus dois próximos jogos são contra Ceará em Fortaleza e o decadente Botafogo do Rio em Salvador.
Ainda restam 14 jogos para cada equipe, até o final do Brasileirão. Tempo suficiente para uma ou duas reviravoltas na tabela. Esperamos que a dupla Ba-Vi ao menos se mantenha onde está, longe dos quatro últimos. Mas vão precisar se cuidar. Até aqui, continuam mais brigando para não cair do que almejar algo mais interessante na competição.