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Economia

Feira de Santana: uma economia em expansão

Vanessa Testa - 21 de Setembro de 2018 | 17h 25
Feira de Santana: uma economia em expansão
Foto: Ascom/Câmara

Que o nascimento de Feira de Santana se deu nos arredores da Fazenda Olhos D’Água, do antigo casal Domingos Barbosa e Ana Brandão, muitos têm conhecimento. O casal, muito devoto dos santos Domingos e Ana, mandou construir uma capela no local. Em tempos de outrora, boiadeiros e viajantes utilizavam as proximidades da fazenda como ponto de parada e descanso. A região fornecia capim nativo, minadouros e lagoas. Logo, a aglomeração de pessoas chamou a atenção daqueles que enxergaram um potencial de comércio ali. Surgiram barracas de venda de fumo, carnes, caças, farinha e demais produtos que poderiam atender às necessidades dos viajantes que passavam por ali.

Resumidamente, assim se deu o surgimento da cidade: uma feira, que cresceu às margens da Estrada Real, em um local conhecido como Olhos D’Água (por conta dos diversos minadouros). A povoação, entretanto, já estava avançada no ano de 1732, quando o casal Ana Brandão e Domingos Barbosa fez a doação de 100 braças de terra para a construção da capela (hoje, Igreja Matriz). Feira de Santana seguiu se desenvolvendo até que, faltando poucos dias para o centenário de nascimento da cidade, um Decreto do Imperador D. Pedro II elevou a Princesa do Sertão à condição de Vila. Só então foi criado, de fato, o município.

Apesar de a cidade ter se originado muito tempo antes, somente foi oficializada como município e emancipada de Cachoeira em 1833. Nesse ano, foi instalada a Vila e a Câmara Legislativa, com a posse dos primeiros vereadores locais. Por essa razão, no dia 18 de setembro de 2018, Feira de Santana comemora 185 anos de Emancipação Política.

PORTAL DO SERTÃO – Por ter surgido a partir do comércio, Feira de Santana carrega, até os dias de hoje, mesmo passados centenas de anos desde o seu surgimento, algumas características bastante fortes e peculiares. Atualmente, a cidade está localizada no Território de Identidade Portal do Sertão, numa área de transição entre a Zona da Mata e o Sertão. Ao redor dos limites do município, existem importantes cidades, como São Gonçalo dos Campos, Santa Bárbara, Santo Estevão, Irará e diversas outras, que formam uma microrregião com quase 1 milhão de habitantes.

Feira é um importante entroncamento rodoviário e possui localização estratégica, tanto na direção Norte-Sul quanto na Leste-Oeste. É, também, passagem obrigatória para cargas e passageiros que se deslocam do Sul e Sudeste para o Nordeste, e vice-versa. Esses fluxos comerciais, existentes antes mesmo da emancipação, contribuíram significativamente para o desenvolvimento do município. Nesse entroncamento, convergem as mais importantes rodovias da Bahia, com destaque para a BR 324, a BR 116, a BR 101 e a BR 242, vias que conectam centros produtores até mesmo a portos, como os de Salvador e Aratu.

ECONOMIA – Feira de Santana é um dos mais importantes centros econômicos da Bahia, com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 11,9 bilhões, o 3º maior do estado, atrás apenas de Salvador e Camaçari, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com este número, Feira ocupa a posição de 12ª maior economia do Nordeste, 70º maior PIB municipal do Brasil e o maior entre as cidades do interior nordestino.

A economia da cidade carrega traços presentes desde o seu surgimento, por isso é fortemente caracterizada pelos setores de serviços e comércio, que, juntos, somam 63% do que é produzido no município. No decorrer do tempo, outros segmentos ganharam destaque, como as atividades industriais, que cresceram sobremaneira, especialmente nas últimas décadas e que, hoje, representam 21,7%.

Segundo o Guia Industrial da Federação das Indústrias do Estado da Bahia  (Fieb), existem mais de 800 empreendimentos industriais em Feira, que garantem, aproximadamente, 24 mil postos de trabalho. O perfil é variado. São, pelo menos, 30 segmentos, dentre os quais se destacam: construção de edifícios, fabricação de produtos alimentícios, produtos de material plástico e borracha (principalmente pneus), artigos de vestuário e fabricação de celulose e papel. Em seguida, vem a administração pública, com 14,5%, e a agropecuária, com somente 0,6% de participação no PIB.

Não existe forma de mensurar a importância da economia de Feira de Santana para a própria cidade, para a região, para a Bahia, para o Nordeste e para todo o Brasil. Fluxos de produção e compra de diversas regiões brasileiras se encontram aqui na cidade, que acaba por aglutinar capitais variados, oriundos de diferentes segmentos. O resultado de tudo isso é o retrato de Feira de Santana nos presentes dias: um município em constante expansão, tanto no meio social/ histórico, quanto no econômico.

POPULAÇÃO – De acordo com o IBGE, Feira de Santana conta, hoje, com uma população de, aproximadamente, 610 mil pessoas. Mas esse dado é considerado obsoleto quando se leva em consideração a população flutuante, definida pelo número de pessoas que passam pelo município, com a finalidade de utilizar seus mais variados serviços. Estima-se que esse número chega a 1 milhão.

Atualmente, o município possui a segunda maior população do estado da Bahia, ficando atrás apenas da capital, Salvador, cuja população chega a2,9 milhões de habitantes, número que a torna a quarta capital mais populosa do país. Segundo levantamento realizado pelo IBGE, um em cada cinco baianos mora em Salvador ou em Feira.

Conforme o Instituto, dados de 2016 indicam que apenas 21,2% da população feirense é ocupada, ou seja, possui um trabalho. O órgão aponta ainda que a média de renda dos trabalhadores feirenses é de dois salários mínimos.



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