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Política

TSE apura se hackers invadiram sistema da Justiça Eleitoral antes da eleição

Da Redação - 08 de Novembro de 2018 | 15h 07
TSE apura se hackers invadiram sistema da Justiça Eleitoral antes da eleição
Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está apurando se hackers invadiram o sistema interno da Justiça Eleitoral e se obtiveram dados sigilosos do TSE, no período pré-eleitoral. De acordo com o Jota, os invasores teriam entrado de maneira remota em equipamentos ligados à rede do TSE e tido acesso a documentos sigilosos e a outra informações, além das chaves de acesso do ministro substituto Sérgio Banhos e do chefe da tecnologia da informação do TSE, responsável pelas urnas eletrônicas, Giuseppe Janino.

Conforme o portal, que é especializado em notícias jurídicas, “o assunto surgiu no tribunal após o site TecMundo, especializado em tecnologia, receber códigos sigilosos e perguntar à Corte se isso realmente violaria o sistema interno”. A suspeita mobilizou a presidência e a área técnica do TSE. O assunto foi tratado, na última terça-feira (6), em uma extensa reunião, que foi até tarde da noite.

Os hackers teriam invadido o sistema Gedai-EU. Segundo o site do TSE, trata-se do “gerenciador de dados, aplicativos e interface com a urna, que fornece às equipes dos cartórios eleitorais e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs)”. Consultados pelo Jota, técnicos e ex-ministros da Corte garantiram que “a invasão não representa nenhum risco à inviolabilidade da urna eletrônica”.

DOCUMENTOS SIGILOSOS E CREDENCIAIS – Ainda segundo o Jota, o hacker relatou ao TecMundo que “o acesso aconteceu por meio de vulnerabilidades em aplicações desenvolvidas pelo próprio Tribunal”. Isso teria possibilitado um acesso remoto a um dos equipamentos ligados à rede. O site transcreveu parte da conversa:

“Tive acesso à rede interna (intranet) e, por vários meses, fiquei explorando a rede, inclusive entrando em diversas máquinas diferentes do TSE, em busca de compreender o funcionamento dos sistemas de votação”, escreveu o invasor, que também relatou que, com isso, obteve “milhares de códigos-fontes, documentos sigilosos e até mesmo credenciais, sendo login de um ministro substituto do TSE (Sérgio Banhos) e diversos técnicos, alguns sendo ligados à alta cúpula de TI do TSE, ligado ao pai das urnas”.

De acordo com o Jota, por meio de nota, o TSE informou que recebeu “um e-mail indagando sobre a ocorrência de um eventual vazamento” e que, em função disso “a Presidência do TSE está tomando todas as medidas possíveis”. No entanto, ao ser questionado pelo site sobre qual código foi vazado, em qual data e se isso ocorreu durante as eleições, o TSE não se pronunciou. A Corte está estudando se abrirá processo administrativo disciplinar, a fim de apurar se houve o vazamento de alguma informação ou se alguém falhou no sistema de segurança.

URNAS E FAKE NEWS – As urnas eletrônicas foram um dos temas mais discutidos durante as eleições de 2018. Isto porque o presidente eleito colocou os equipamentos em suspeição em diversas oportunidades. Jair Bolsonaro afirmou, inclusive, que o sistema de votação poderia favorecer uma vitória de Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo o Jota, após o primeiro turno, o capitão reformado do Exército chegou a afirmar que os problemas nas urnas impediram sua vitória na primeira etapa da corrida presidencial.

No dia do primeiro turno, de acordo com o site, um grande volume de notícias falsas sobre supostos problemas nas urnas deixou o TSE em alerta. A informação de que o PT teve mais votos do que o número total de eleitores, em algumas seções, e os vídeos em que pessoas apertavam o número 1 e o número 3 saía automaticamente foram algumas das fake news que viralizaram nas redes sociais.

Conforme o Jota, o TSE se assustou com a avalanche de notícias falsas sobre as urnas, chegando a realizar uma coletiva de imprensa no último domingo antes do pleito. O objetivo foi reafirmar a lisura do pleito. A ministra Rosa Weber, presidente do TSE, disse, na ocasião, que “as teses que atentavam contra a lisura do processo eleitoral não tinham fundamento” e que a “desinformação deliberada ou involuntária que visa o descrédito da Justiça Eleitoral precisava ser combatida com informação responsável e objetiva”, daí a concessão da entrevista.

Na mesma ocasião, diz o site, o procurador-geral Eleitoral, Humberto Jacques, defendeu enfaticamente o sistema eletrônico de votação, garantindo que não havia o mínimo risco de os votos dos eleitores não serem computados da forma correta. Ele ainda ressaltou que “a procuradoria acompanha a lacração da urna e faz a assinatura da certificação do sistema que preserva a confiabilidade do processo”.

Humberto Jacques disse também que a urna não é apenas produto da Justiça Eleitoral e que constam as assinaturas do Ministério Público (MP), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e dos partidos. “A assinatura do MP é feita a partir de trabalho exaustivo para dirimir toda e qualquer dúvida que cidadão pode ter. Cobramos e indagamos e inclusive temos conversado com maiores questionadores e promotores de evolução de mecanismo votação eletrônica”, ressaltou.



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