Por 432 votos contra e 202 a favor, o Parlamento britânico rejeitou, nesta terça-feira (15), o acordo para o Brexit, proposto pela primeira-ministra Theresa May. De acordo com a revista Exame, essa é a maior derrota para qualquer governo britânico na história moderna. O recorde anterior, segundo o periódico, foi uma perda por 166 votos, em 1924.
A próxima segunda-feira (21) será a data limite para Theresa May apresentar um plano B aos parlamentares. Após a votação, a primeira-ministra disse que, tendo em vista a proporção da derrota, o governo permitirá que seja debatida uma moção de desconfiança, proposta parlamentar apresentada pela oposição, com o objetivo de derrotar ou constranger o governo.
Segundo a Exame, May foi breve ao comentar a perda. Ela declarou que também organizaria discussões com outras partes, a fim de ver como pode encontrar uma solução aceitável para todos.
Ainda segundo a revista, o texto atualizado do acordo sobre os termos da saída britânica da União Europeia (UE), a ser apresentado na segunda-feira, pode ser emendado pelos parlamentares com suas próprias propostas.
Agora, o que há são opções em aberto para o futuro britânico: um Brexit sem acordo, que os especialistas afirmam ser economicamente desastroso; um Brexit com acordo; ou um segundo Referendo, a fim de decidir se o Reino Unido deve voltar atrás e permanecer na UE.
Theresa May, ao defender sua proposta, antes do início da votação, salientou que “uma saída sem acordo significaria nenhuma parceria de segurança com a União Europeia”. No entendimento da primeira-ministra, essa decisão poderia culminar no desmembramento do Reino Unido. Conforme a revista Exame, alguns dias antes da votação, May apelou aos parlamentares para reverem seus posicionamentos, evitando, com isso, a permanência do Reino Unido no que chamou de estado de limbo, em que habita há dois anos e meio.
Realizado em 2016, o Referendo sobre a permanência ou saída do Reino Unido da União Europeia teve resultado apertado: 52% dos eleitores britânicos votaram a favor do Brexit.
De acordo com o site da revista, a votação de hoje começou às 19horas locais (17 horas em Brasília), com a análise de quatro emendas apresentadas pelos deputados do documento de 585 páginas, fruto de 17 meses de negociações com Bruxelas. Uma delas foi rejeitada e as outras três retiradas de votação.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que observa “com pesar” o resultado da votação do Brexit. Ele conclama o Reino Unido a se manifestar sobre seus próximos passos.