A metralhadora- para usar uma imagem que lhe é atraente- tuiteira, de Carlos Bolsonaro, o vereador nacional, contra o vice Mourão, de intensidade e virulência acima do que se imagina entre partidários deixa inquietantes questões no ar.
É difícil crer que o faça sem o aval do pai, portanto, pode ser ordem direta para desgastar o vice, ou um jogo de morde e assopra do presidente contra ele, e militares, por extensão.
Certa vez ao aconselharem Stalin a moderar a mão contra os católicos para não desagradar o líder máximo da Igreja, Stalin perguntou: e quantas divisões ( tanques) tem o Papa? É o caso de perguntar-se: quantos aliados tem Mourão? Conspiradores nas Forças Armadas? Políticos saudosos do toma lá da cá, no Congresso? Mourão estaria tramando o impeachment do Presidente, um caso de explícita traição?
Será que Mourão está sendo usado apenas para que Bolsonaro exerça a velha tática do " inimigo externo", com um exemplar doméstico? Será que Mourão está sendo atacado apenas porque seu perfil educado, articulado, poliglota, serve de confronto a Bolsonaro, como um militar diferenciado? Será que é o jogo de 2022, já sendo jogado? Ou será que tudo isso é um jogo de cartas marcadas, em direção a um projeto de poder diferente do eleito?
São muitas questões e inquietações.A única coisa que não consigo acreditar é que tudo isso seja apenas fake-news de principiantes no exercício do poder