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Brasil é um dos piores países em divisão de tarefas domésticas entre homens e mulheres

06 de Junho de 2019 | 14h 34
Brasil é um dos piores países em divisão de tarefas domésticas entre homens e mulheres
Foto: Reprodução
Em todo o mundo, mulheres trabalham mais que os homens quando consideradas as tarefas remuneradas e as não-remuneradas. Nenhum país, nem mesmo os escandinavos, conseguiram parear as horas que cada um gasta com atividades domésticas. No entanto, no Brasil a situação é ainda pior.
 
Levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que as mulheres no Brasil gastam quatro (QUATRO!!) vezes mais tempo em tarefas não-remuneradas que os homens. O Brasil tem o 17º pior desempenho do mundo. Atrás da gente estão países como Paquistão, Índia, Cambodia, Tunísia e Albânia.
 
Entre os países com as melhores relações entre homens e mulheres no serviço doméstico estão Suécia, Timor-Leste, Noruega, Dinamarca e Holanda.
 
A lista foi publicada este ano e refere-se a quantidade de horas trabalhadas por mulheres em serviços domésticos frente a cada hora trabalhada pelos homens nesse mesmo tipo de função. Juntos, estima a consultoria McKinsey & Company, homens e mulheres deixam de receber US$ 10 trilhões por ano por essas atividades.
 
Todos os dias, elas têm de 30 minutos a 60 minutos a mais de responsabilidades a cumprir. Considerando um tempo médio de 45 minutos, elas trabalham o equivalente a cerca de 10 dias a mais que os homens por ano. Imagina quantas séries da Netflix daria para ver? Momentos de descanso? Horas de estudo, de leitura? Ou até de convívio social com amigos e a família?
 
Se os homens fizessem 50 minutos a mais de trabalhos domésticos por dia e as mulheres fizessem 50 minutos a menos haveria paridade entre as horas de trabalho não-remuneradas, segundo a organização não-governamental Promundo, que atua na masculinidade saudável e igualdade de gênero, com pesquisas e cursos.
 
Ou seja, ninguém está pedindo para os homens assumirem todas as tarefas domésticas e as mulheres irem ao shopping. O que se sugeri é algo igualitário, para que ambos façam suas obrigações, mas que também tenham mais tempo livre. Razoável não? Ninguém está querendo descobrir a roda ou mudar o movimento do Sol.
 
“No Brasil, as mulheres fazem quase mais de quatro vezes mais trabalho doméstico que o homem. Mesmo com empregada, ela chega em casa e tem essa dupla jornada. Nós homens não estamos fazendo nossa parte. Por isso, elas ficam fora do mercado, não conseguem crescer nas carreiras. Elas continuam a carregar desproporcionalmente o peso do trabalho não-remunerado”, afirma Gary Barker, fundador e diretor da Promundo.
Esses 50 minutos parecem pouco, mas a verdade é que nos últimos 20 anos a jornada não-remunerada dos homens aumentou somente 7 minutos em média, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
 
De acordo com a Promundo, o problema começa ainda na infância. Em geral, 40% das meninas fazem muito mais trabalho doméstico quando crianças. Para atingir a paridade desse tipo de tarefas, é preciso mudança na forma de educar.
 
A situação é ainda pior em regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). “Nos países pobres, quando você é um menino na idade escolar as portas se abrem e você pode fazer muitas coisas, estudar, jogar bola, conhecer pessoas. Para garotas, é o contrário. As portas se fecham, o tempo se divide em cuidar da casa e dos mais velhos ou mais novos na família”, afirma a diretora-executiva da Unicef, Henrietta Fore.
 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres trabalham pelo menos o dobro que os homens no cuidado de pessoas da família e nas tarefas domésticas.
 
Segundo o estudo Outras Formas de Trabalho 2018, divulgado em abril, elas devotam 21,3 horas por semana a esses ofícios de casa e família, enquanto eles dedicam 10,9 horas, ou seja, a metade.


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