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Morre cantor e compositor João Gilberto

06 de Julho de 2019 | 19h 27
Morre cantor e compositor João Gilberto
Foto: Reprodução
Morreu hoje no Rio de Janeiro, aos 88 anos, o cantor e compositor João Gilberto, considerado um dos pais da bossa nova.
 
Segundo amigos da família, João Gilberto passava por um exame, que teve complicações. Os advogados da filha Bebel Gilberto, que trava uma disputa com o irmão João Marcelo, estão a caminho da casa do cantor. O corpo deve passar por uma autópsia.
 
O estado do cantor se agravou nos últimos meses — desde a perda da amiga e ex-mulher Miúcha, também cantora, que morreu em dezembro do ano passado.
 
A família confirmou a amigos a morte.
 
João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, nascido em Juazeiro, Bahia, em 1931, revolucionou a música brasileira. Contribuiu decisivamente para tornar a bossa nova um estilo musical reconhecido em todo o mundo.
 
Era um gênio lembrado também pelo temperamento difícil, que tinha como exemplo mais contundente sua preferência pelo isolamento em seu apartamento na zona sul do Rio.
 
Nos últimos anos, a vida de João Gilberto passou a ser relacionada a problemas financeiros, desavenças familiares e questões relacionadas a direitos autorais de sua obra.
 
Uma sequência de problemas que abalaram o artista, cada vez mais distante de todos, e com saúde cada vez mais frágil.
 
O que permancerá, no entanto, é seu legado musical. Com “Chega de Saudade”, disco lançado no fim da década de 50, ele deu o tom da bossa nova e abriu espaço para a geração de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque.
 
A voz de João Gilberto apresentava uma intensidade baixa, que, inicialmente, contrastou com a potência vocal dos cantores de rádios dos anos 50.
 
O equilíbrio de seu timbre com o toque de seu violão se tornou síntese da bossa nova. Era um artista perfeccionista, sempre muito exigente com a qualidade do equipamento de som em seus shows, assim como com o comportamento da plateia. Suas reclamações nos palcos, durante os espetáculos, também ficaram conhecidas.
 
Compositor, cantor e violonista, João aprendeu violão, como autodidata, aos 14 anos. Começou como cantor em estações de rádio de Salvador até ser convidado para o grupo vocal carioca Os Garotos da Lua. Chegou ao Rio em 1949. Acabou expulso do grupo por chegar atrasado e faltar a ensaios
 
Três anos depois, lançou suas primeiras canções. A partir daí começou a circular na cena musical carioca e conheceu nomes que acabaram considerados como precursores da bossa nova, como Newton Mendonça, Tom Jobim, Billy Blanco, Lúcio Alves, Dick Farney, Dolores Duran, Sylvia Telles e Maysa.
 
Demonstrou especial interesse pela música dos pianistas Johnny Alf e João Donato e do violonista Luiz Bonfá. Eles estão entre as influências para o estilo singular de interpretação que João Gilberto desenvolve entre 1955 e 1957, período em que morou em Porto Alegre e na cidade mineira de Diamantina.
 
De volta ao Rio, em 1958, participou da gravação do LP Canção do Amor Demais, de Elizeth Cardoso, onde apresentou pela primeira vez uma batida de violão que se tornou um emblema da bossa nova.
 
Chega de Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, dá nome ao primeiro LP de João Gilberto, de 1959, que passou a ser considerado um marco na criação da bossa nova.
 
Na sequência, lançou os discos O Amor, o Sorriso e a Flor (1960), e João Gilberto (1961). Em 1962, esteve ao lado de Tom Jobim, Roberto Menescal e Carlos Lyra em um show histórico no Carnegie Hall, em Nova York.
 
Foi então morar nos Estados Unidos, onde firmou parceria com o saxofonista Stan Getz que resultou no LP Getz/ Gilberto (1964), com participação de Tom Jobim ao piano.
 
Viveu quase vinte anos fora do Brasil para retornar nos início dos anos 1980.


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