O Supremo Tribunal Federal, através de sua Primeira Turma, determinou o afastamento de Mário Negromonte do cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA), e indeferiu, por unanimidade, o pedido de trancamento da ação penal que ele responde por corrupção passiva. O STF cassou a liminar anterior, concedida pelo ministro Marco Aurélio.
Negromonte é acusado de, em 2011, ter aceitado R$ 25 milhões em propina do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) para campanhas eleitorais.
A época, o então governador Jacques Wagner fez uma enfática defesa de seu aliado: "quero externar publicamente e politicamente a mais profunda solidariedade contra esse ataque constante que você vem sofrendo”.
Negromonte era ministro das Cidades de Dilma Rousseff, e se tornou réu após a delação premiada do doleiro Alberto Youssef.
Em fevereiro de 2018, o Superior Tribunal de Justiça, ao receber a denúncia, afastou Negromonte do TCM-BA.
Negromonte era da base aliada do governo do PT. Em 2013, Jaques Wagner nomeou a mulher do deputado estadual Mário Negromonte Jr. (PP), Camila Vasquez Gomes, de 27 anos, procuradora-geral do Ministério Público Especial de Contas junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Em 2014, apesar de já figurar como delatado na Lava-Jato, Wagner, nomeou Negromonte, para o TCM, uma vaga que ele não poderia ocupar se o governador tivesse sido mais zeloso com os que julgam as contas públicas.
Agora, o STF, corretamente, afasta Negromonte do TCM. Em tempos de tanto esforço pela lisura das instituições ocorreu o lógico.