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César Oliveira

A educação é a última escravidão brasileira

César Oliveira - 06 de Dezembro de 2019 | 16h 07
A educação é a última escravidão brasileira

Os resultados do PISA, o exame de avaliação internacional, voltaram a revelar o que já se sabia: a nossa educação é um desastre monumental. Embora tenhamos aumentado a inclusão, não conseguimos avançar em qualidade.

Em um ranking de 79 países, somos o 70º em matemática. A média de nossos estudantes em matemática foi 384 pontos, contra 487 pontos dos estudantes da OCDE.

Os dados mostram que  4 em cada 10 adolescentes não conseguem identificar a ideia principal de um texto, ler gráficos, resolver problemas com números inteiros, entender um experimento científico simples. E, ainda, que apenas 2% dos jovens conseguem distinguir fato de opinião, habilidade considerada complexa pelo Pisa e que no mundo representa 10%. Aliás, 10%, mostra que o resto do mundo não é grande coisa, também.

Os resultados do PISA mostram que desde 2009- toda era PT-,  não avançamos um centímetro. Aqui na Bahia, já havia sido mostrado que temos o pior ensino básico do país, o segundo pior ensino médio, e o segundo pior número de jovens no ensino superior. A Bahia, é um Brasil piorado.

Os recursos que o Brasil investe não estão muito  longe dos percentuais que o resto do mundo aplica na educação. Evidente que em muitos lugares as condições de ensino são primitivas, que muito dinheiro é desviado pelos corruptos, mas isso não é o bastante para justificar tamanho desastre. As falhas passam pela formação deficiente de professores, ausência de conteúdo curricular claro e objetivo com metas a serem atingidas e recompensas, valorização e treinamento de profissionais,  redução da ingerência política, e do desvio dos objetivos educacionais a favor da ideologia ou da ambição de formar cidadão, debater gênero, ensinar dialeto sexual, e simulares, como prioridade, ao invés da obsessão em ensinar matemática, ciência, português,  e interpretação de texto.

Ao focar nesses aspectos a educação estará instrumentalizando o indivíduo para que faça escolhas civilizadas. Claro que muitos professores, no país, contribuem com esforço pessoal, além do dever, para a superação dos limites, mas evidente que isso não é o bastante para corrigir o déficit.

Esse déficit condena o futuro do país, especialmente em uma era em que se exige cada vez mais uma formação melhor, para o emprego.

Por outro lado, é a prática mais perversa e injusta que temos, pois, dá a ilusão aos pais mais carentes que eles estão dando educação aos seus filhos, quando ela não passa de uma fraude, de um ofício excludente, que irá manter todos esses alunos sem chances reais de mudarem suas vidas.

A educação é a última escravidão brasileira!



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