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Educação

UFRB afasta aluno denunciado por racismo de prédio da universidade

13 de Dezembro de 2019 | 14h 57
UFRB afasta aluno denunciado por racismo de prédio da universidade
Foto: Reprodução
O estudante do curso de Ciências Sociais denunciado por racismo dentro do campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi afastado preventivamente do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) onde ocorreu o caso. A informação foi divulgada em nota, nesta sexta-feira (13), pela instituição de ensino. A nota da UFRB diz ainda que Danilo não tomou ciência do documento que impede a entrada nele no CAHL, porque não foi localizado pela instituição.
 
De acordo com a UFRB, foi expedida uma medida cautelar visando o afastamento preventivo do estudante das dependências físicas do CAHL.
 
A instituição destacou, entretanto, que Danilo Araújo de Góis não terá prejuízo em suas atividades acadêmicas, porque o curso regular de Ciências Sociais não tem aulas no CAHL. A matéria que ele fazia no local era optativa.
 
Segundo a universidade, o estudante também foi suspenso da residência universitária localizada na cidade de São Félix, vizinha a Cachoeira. Uma comissão internada foi formada para investigar se houve descumprimento de normas referente à moradia estudantil.
 
Na terça-feira (10), um estudante tentou invadir o quarto que Danilo dormia, com um pedaço de pau na mão. A ação foi gravada pelos colegas de Danilo e, no vídeo, é possível ver o estudante dizendo que está consciente do que está fazendo e falando que não vai aceitar a atitude racista do colega.
 
Ainda de acordo com a UFRB, Danilo foi abrigado em uma instituição religiosa em Cachoeira, mas que deixou o local na quarta-feira (11).
 
Danilo foi ouvido pela Polícia Civil, na manhã de quinta-feira (12), na Central de Flagrantes, em Salvador. Conforme o delegado João Mateus, que investiga o caso, o suspeito negou racismo e disse que não pegou a prova da mão da professora por “questão de energia”.
 
Em entrevista ao G1, o delegado informou que Danilo disse, durante o depoimento, que o caso não passou de um "mal-entendido" e que ele não costuma pegar objetos na mão de pessoas desconhecidas por "questões particulares em relação a religião".
 
“Ele se predispôs a ser ouvido e, na verdade, ele negou ter praticado a atitude racista e disse que não passou de um mal-entendido, porque ele é uma pessoa sensitiva, ele tem algumas questões particulares em relação a religião dele, que ele lê muito a bíblia e lê muito cânticos e ele tem uma hipersensibilidade”, disse o delegado.
 
“Ele disse que se sente mal se aproximando de qualquer pessoa, então evita entrar em contato e pegar coisas das mãos de quem ele não conhece e tocar em pessoas que ele não conhece, porque ele se sente mal muitas vezes quando faz isso”, concluiu o delegado João Mateus.
 
Ainda segundo o delegado, Danilo Góis disse que não falou nada ofensivo para professora Isabel Cristina Ferreira dos Reis e em relação a cor de pele dela. O estudante contou que passou por uma situação parecida uma semana antes, e que o caso não foi considerado racismo, porque a professora não era negra.
 
Ainda segundo o delegado João Mateus, Danilo Góis contou que não conseguiu se explicar para a coordenadora da UFRB, porque os alunos começaram a gritar e chamar ele de racista.


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