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Surto de variante brasileira do coronavírus fecha estação de esqui no Canadá e preocupa autoridades

13 de Abril de 2021 | 13h 00
Surto de variante brasileira do coronavírus fecha estação de esqui no Canadá e preocupa autoridades
Foto: Divulgação

Uma estação de esqui do Canadá fechou as portas, após a confirmação de um surto da variante P.1 do novo coronavírus, identificada, pela primeira vez, no estado brasileiro de Manaus. De acordo com o Uol, o país enfrenta um agravamento da pandemia, sobretudo relacionado às cepas originárias do Reino Unido e do Brasil. As autoridades locais já mencionam uma “terceira onda” de Covid-19.

Whistler Blackcomb, localizado próximo a Vancouver, é um dos maiores resorts de esqui do mundo. O estabelecimento encerrou suas atividades no final de março, por ordem do governo provincial da Colúmbia Britânica. Pessoas da comunidade foram testadas e tiveram contatos rastreados. Segundo Bonnie Henry, uma das principais autoridades de saúde locais, a variante P.1 se espalhou para outras partes da província a partir da estância de esqui.

Ao Wall Street Journal, Bonnie Henry enfatizou que o complexo turístico já havia sido foco de contágio e disseminação da Covid-19, no mês de janeiro, uma vez que atrai pessoas de diversas regiões do Canadá. Destacou, no entanto, que, desta vez, a novidade é a variante. “O que estamos descobrindo é que há pequenas cadeias de transmissão em várias áreas. Portanto, é uma disseminação comunitária”, observou.

Conforme o Uol, o prefeito da cidade de Whistler, Jack Compton, disse que a população da cidade ficou “arrasada” com a notícia do fechamento do resort. Outros estabelecimentos comerciais da Colúmbia Britânica também ficarão fechados até o dia 19. “Somos uma cidade turística”, lamentou, em um entrevista ao site canadense Global News.

Adrian Dix, secretário de Saúde da província, acredita que a Colúmbia Britânica está registrando mais casos da variante do coronavírus por realizar mais testes que identificam variantes, em comparação com as demais localidades canadenses. De acordo com dados divulgados, na última sexta-feira (09), pelo governo provincial, já são 9,574 casos ativos de Covid-19.

Do total de infecções, 4,111 são atribuídas a três variantes. A mais preocupante é a B.1.1.7, surgida no Reino Unido, que reponde por 74% dos casos. Foram identificados 974 casos (23%) de Covid-19 pela variante P.1. As demais ocorrências (55, ou 1,3%) são da variante surgida na África do Sul.

Ao jornal Times Colonist, o gestor ressaltou que o governo está preocupado com a rápida propagação das variantes na província. Em apenas quatro dias, no começo deste mês, o número de casos com a variante P.1 dobrou.

Conforme o Uol, o crescimento do número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus virou notícia também nas páginas esportivas. O time de hóquei Vancouver Canucks foi forçado a adiar os próximos jogos, após um surto atingiu 25 jogadores da equipe.

VACINAÇÃO LENTA –No Canadá, a taxa de infecções por Covid-19 está chegando perto dos níveis registrados nos Estados Unidos. Segundo o Uol, é a primeira vez que isso acontece, desde o início da pandemia. E as autoridades sanitárias canadenses temem, inclusive, que o número de casos chegue a ultrapassar o percentual do país vizinho. Em função disso, muitas províncias estão decretando novas restrições e lockdowns, após considerável aumento de internações hospitalares pela doença.

Um dos motivos, diz o site, é o baixo índice de vacinação no país. Até a semana passada, os EUA haviam vacinado totalmente 19,6% de sua população, em comparação com 8,5% no Reino Unido e 2% no Canadá. “Em todo o mundo, os países estão enfrentando uma terceira onda muito séria desta pandemia”, alertou o primeiro-ministro Justin Trudeau, ressaltando que, “agora, o Canadá também”.

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, o Canadá registrou mais de um milhão de casos positivos e 23 mil mortes por Covid-19. Os EUA quase 31 milhões de casos e mais de 559 mil óbitos. Os dados, observa o Uol, mostram que a taxa de Covid-19 do Canadá, em relação à população, aumentou para 180 casos por milhão de pessoas, na terça-feira. Isso significa que há cerca de 180 novos casos de vírus, por milhão de residentes, a cada dia.

Os EUA, agora, estão registrando cerca de 196 casos da doença por milhão de pessoas. O número é bem menor do que os mais de 700 casos por milhão registrado em janeiro. Ao jornal National Post, o presidente da associação hospitalar de Ontario, Anthony Dale, disse que o Canadá está “um tanto cego” quanto ao seu desempenho global internacional por estar “do lado dos EUA e do desastre que claramente foi a experiência deles durante esta pandemia”.

No entanto, ele enfatizou que o futuro é muito inquietante. “Eles claramente experimentaram resultados muito piores, em geral, do que o Canadá. No entanto, é o futuro que me preocupa e estamos indo em uma direção preocupante em comparação com eles, quando se trata de contágio comunitário”, advertiu.

MUTAÇÕES – Segundo o Uol, as cepas do novo coronavírus respondem por 16 mil casos de Covid-19 no Canadá. Mais de 90% deles envolvem a variante identificada pela primeira vez no Reino Unido, que agora parece ter ultrapassado a cepa original do vírus, em algumas áreas.

Já os casos associados à mutação brasileira dobraram, na semana passada, e houve quase 300 casos da variante da África do Sul descobertos em províncias de todo o país. Os dados mais recentes aparecem no momento em que as províncias canadenses decretam novas restrições, com o objetivo de controlar a doença.

Ontário, a província mais populosa, com 14 milhões de residentes, está instituindo um lockdown de quatro semanas. Todas as lojas não essenciais e todas as escolas de Toronto permanecerão fechadas. Quebec determinou o fechamento da maioria das lojas no dia 1º de abril, em suas três maiores cidades.

Conforme o Uol, o país garantiu doses suficientes para dar a cada cidadão 10 vacinas. No entanto, o processo de imunização tem sido muito lento. Andrew Morris, professor de medicina da Universidade de Toronto, disse à BBC News que a rápida disseminação das novas variantes parece ter pegado os funcionários da saúde de surpresa. “Não seremos capazes de vacinar para acabar com a pandemia aqui”, avisou, indicando a necessidade de adoção de mais lockdowns.



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