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Segurança

Justiça determina prisão preventiva de feridos em troca de tiros do Cabula

08 de Fevereiro de 2015 | 13h 13

Na ação, 12 suspeitos de assalto foram mortos e três ficaram feridos.

Justiça determina prisão preventiva de feridos em troca de tiros do Cabula
Foto: G1 Ba

A prisão em flagrante dos três suspeitos que ficaram feridos após confronto com a Polícia Militar, em Salvador, na última sexta-feira (6), que deixou 12 mortos, foi convertida para preventiva pela Justiça. A decisão teve o aval do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Com preventiva decretada, os suspeitos Arão de Paula Santos, Elenilson Santana da Conceição e Luan Lucas Ferreira de Oliveira ficarão por tempo indeterminado presos, à disposição da Justiça, e sem oferecer riscos as investigações.

Através da assessoria, o secretário de Segurança Pública Maurício Teles Barbosa comentou a decisão.

 

"É imprescindível o trabalho integrado entre a polícia, o MP-BA e o judiciário para que deixemos a população por mais tempo livre desses bandidos que traficam, roubam e ainda atentam contra a vida dos nossos policiais", afirmou.

De acordo com nota da SSP, o trio preso faz parte de uma quadrilha com cerca de 30 integrantes que, na madrugada de de sexta, se preparava para explodir caixas eletrônicos e foram surpreendidos por guarnições da Rondesp Central. Com o grupo, a polícia encontrou grande quantidade de emulsão para explosivos, uma espingarda calibre 12, duas pistolas calibres ponto 40 e ponto 45, além de 12 revólveres calibre 38, seis quilos de maconha, 1,5 quilo de cocaína e 500 gramas de crack.

 

Parentes de vítimas
"Eles estavam no ponto [de tráfico], [os policiais] renderam e mataram". A versão é do irmão de uma das 13 pessoas mortas durante ação de policiais militares na Vila Moisés,  Estrada das Barreiras, no bairro do Cabula, em Salvador, na madrugada desta sexta-feira (6). Quatro pessoas, entre eles um PM, ficaram feridos na ação - desses, dois suspeitos estão internadas em estado grave de saúde e mais dois receberam alta, entre eles, o policial.

De acordo com jovem de 24 anos, que não será identificado por questão de segurança, o irmão tinha 18 anos e tinha envolvimento com tráfico. "Essa história de assalto a banco é mentira. Eles, realmente, estavam no ponto [de venda drogas] e se renderam com a chegada da polícia", contestou o posicionamento da PM, que disse ter recebido denúncia de que o grupo planejava assaltar um banco da região.

O irmão do jovem relata, ainda, que três dos suspeitos conseguiram fugir e se esconderam num matagal, sendo encontrados pela polícia por volta das 8h e também mortos. "Ele morava com a avó. Não vou dizer que meu filho era santo, mas o que a polícia fez foi covardia", disse o pai do jovem sobre o caçula de 10 filhos. Ele disse que os crimes podem ter sido cometidas em vingança pela morte de um coronel na região, há cerca de um mês.

O irmão do adolescente disse que o jovem de 18 anos morava com a avó, que está viajando e ainda não foi informada sobre o caso. "Ela vai sofrer muito. Eles eram muito apegados. Por incrível que pareça, ela ligou hoje perguntando se algo tinha ocorrido. Disse que estava sentindo um mal estar. Ela sentiu, mesmo de longe", comentou.

A noiva do irmão da vítima disse que uma irmã dele, que mora na Suíça, soube do envolvimento dele com as drogas e já planejava a ida dele para o país. "Pena que não deu tempo", desabafou.

 

Investigação
O governador Rui Costa disse que não há indícios para a necessidade de afastamento dos policiais militares que participaram da ação. Um sargento da PM foi atingido de raspão na cabeça, mas foi socorrido e teve alta médica.

A troca de tiros ocorreu na madrugada desta sexta, na Estrada das Barreiras, no bairro do Cabula, em Salvador.  "A Polícia Civil vai detalhar a apuração e, se algum fato justificar o afastamento de alguém, isso será feito. Mas nesse momento não há nenhum indicativo de afastamento dos policiais", destacou o governador.

'Resposta à altura'
O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, defendeu a ação dos policiais. "Tudo está sendo apurado. O Departamento de Homicídio, com a Corregedoria de Polícia. Agora prefiro acredita na versão dos meus policiais até que algum outro fato apareça. A resposta da polícia tem que ser dura e energética no combate ao crime organizado", disse o secretário.

"Nós não vamos tolerar a participação de elementos armados na prática desse tipo de delito que a gente tem combatido tanto, que é o estouro de terminal de caixa eletrônico por bandidos armados, querendo colocar em risco a sociedade. Os nosso policiais, em uma situação de enfrentamento, não vão ficar esperando alguma coisa acontecer contra eles ou contra a sociedade. O criminoso que quiser enfrentar a polícia vai ter resposta a altura", acrescentou Maurício Barbosa.

Segundo o comandante geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Alves Brandão, o tiroteio aconteceu após policiais receberem a informação de que um grupo planejava roubar um banco na região. A PM afirma que, ao chegar ao local, a viatura das Rondas Especiais (Rondesp) foi recebida a tiros por cerca de 30 assaltantes.

"Seguimos a informação do nosso serviço de inteligência, foi dado um alerta geral e as guarnições ficaram aguardando uma ação desses grupos. Foi quando nós avistamos uma quadrilha na região de Tancredo Neves, próximo a um Terminal de Autoatendimento. Ao abordarem essas pessoas, nossas guarnições se surpreenderam com arsenal deles", contou o militar.

"As informações do policial que estava coordenando [a operação] eram que eram mais de 30 pessoas. Estavam bem armados, inclusive com arma de grosso calibre, com poder de fogo de tiro de rajada, com silenciadores. Muitas armas, muitas drogas. Eles vieram bem articulados, inclusive com uniforme. Estavam camuflados também", descreve Brandão.

FONTE: G1 BA



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