O tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e delator no processo que julga a tentativa de golpe de Estado supostamente perpetrada pelo ex-presidente e aliados, foi preso, nesta sexta-feira (13), em Brasília.
Mais cedo, a PF também cumpriu, em Recife, capital de
Pernambuco, um mandato
de prisão contra o ex-ministro do
Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado. Ambos foram detidos no âmbito do mesmo inquérito.
Para a Procuradoria Geral da República (PGR) e para a Polícia
Federal, há indícios de que o ex-ministro tentou emitir um passaporte português
em nome de Mauro Cid, o que configuraria, para ambas as instituições, uma clara
intenção de fuga.
Cid, Bolsonaro e outras 29 pessoas estão no banco dos réus,
no Supremo Tribunal Federal (STF), por atentarem contra o Estado Democrático de
Direito, planejando o sequestro dos Poderes da República, o impedimento da posse
de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), bem como a prisão do ministro Alexandre de
Moraes, da Suprema Corte, e os assassinatos do próprio presidente eleito e de
seu vice, Geraldo Alckmin (PSDB).
A PGR aponta que Jair Bolsonaro pretendia, por meio de forças
militares, manter-se, ilegalmente, no cargo, após ser derrotado nas urnas, nas
Eleições 2022.
CONSULADO DE PORTUGAL – De acordo com a PF, Gilson Machado
teria atuado junto ao Consulado de Portugal em Recife (PE), em maio de 2025, com
a finalidade de obter a emissão de um passaporte português para Mauro Cid, viabilizando,
assim, a saída do militar do território nacional.
A corporação detalhou que encontrou, no celular do ex-ajudante
de ordens, arquivos que mostram que ele tentou, em janeiro de 2023, a obtenção
da cidadania portuguesa.