Diz o aforismo que à mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta. Após negativas o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reconheceu que recebeu advogados dos empreiteiros presos na Lava Jato.
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Marcus Vinícius Coêlho, defendeu, esta semana, os “direitos e prerrogativas” de advogados serem recebidos pelo ministro da Justiça, mas ponderou que a audiência precisa ser “transparente” e “pública”. Receber advogados, no mínimo, é uma obrigação de Cardozo, afinal é um servidor público. O que não é concebível é o ministro combinar linha de defesa de réus ou desestimular acordos de delação premiada - o que não deixa de ser obstrução da justiça -, porque, segundo ele, a operação Lava Jato iria mudar seu rumo.
Ao fazer isto, perde o referencial moral para continuar à frente do ministério, porque com o que fez, ele já não é, nem parece.