Mergulhada numa crise orçamentária e administrativa que torna incerto até o bom funcionamento do que já existe, parece pouco provável que a Universidade Estadual de Feira de Santana seja capaz de agregar novos serviços ao que oferece para seu público interno e externo. São vários os sonhos arquivados e obras paralisadas. São muitas as precariedades e demandas nos diversos cursos. Mas o ambulatório que funcionaria no CSU talvez seja a mais emblemática demonstração da paralisia que se abate sobre a instituição.
Faz um ano que a Tribuna Feirense publicou em sua edição impressa (capa e página 9) e aqui no site, uma matéria sobre o assunto. Justamente porque já era na ocasião uma “obra de igreja”, dessas que nunca chegam ao fim. Desde então, a parte física do projeto ficou pronta. E pronta está, porém fechada há meses, sem funcionar.
É difícil até mesmo obter informações sobre o atual estágio da intenção de implantar o ambulatório. Fizemos contatos com a assessoria de comunicação da Universidade, que após alguma pesquisa interna descobriu que faltam os equipamentos para que ele comece a funcionar. Tais equipamentos viriam por meio de um convênio com a prefeitura de Feira de Santana, mas era a “professora Silvone” quem iria me colocar a par do andamento do processo.
Por telefone, consegui falar com a professora. Ela me contou que de fato a obra ficara pronta ano passado e falou da necessidade de um convênio com a Secretaria de Saúde do Estado para compra dos equipamentos para fazer funcionar uma “clínica de atenção especializada”. Porém antes que eu pudesse obter mais informações a ligação caiu e apesar de várias tentativas nunca mais consegui falar com aquele número.
E assim, cinco anos depois de anunciada a criação do ambulatório no CSU, ele continua a ser uma promessa. Quando primeiro se falou do assunto o reitor ainda era José Carlos e o secretário de Saúde, Jorge Solla. O interlocutor da cidade com o governo de Jaques Wagner era como hoje, o mesmo: o deputado estadual Zé Neto.
Como a prefeitura foi mencionada pela assessoria de Comunicação da Uefs como uma das partes que poderiam viabilizar o projeto, procurei a secretária Denise Mascarenhas. Mas ela parece estar na mesma situação que a reportagem, ou seja, carente de informações. “Na realidade eles conversaram comigo há mais ou menos um ano ou um pouco mais. Mas não retomaram a conversa. Se tiver algum convênio, claro que temos interesse. Estou à disposição para conversar e ver quais são os propósitos deste convênio. Estou aguardando”.
Aguardam todos. A secretária, os alunos de Medicina, que teriam no ambulatório um espaço para aprendizado e a população que teria mais um espaço de atenção à saúde ainda tão precária.