Preso desde 1979, José Márcio FelÃcio, mais conhecido como Geleião, morreu, nesta segunda-feira (10), no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, em São Paulo, em decorrência de complicações ocasionadas pela Covid-19. Ele tinha 60 anos e ajudou a fundar, nos anos 1990, o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções criminosas mais perigosas do paÃs.
De acordo com o G1 SP, Geleião comandou o PCC, de dentro da
cadeia, durante 10 anos, até se tornar inimigo da alta cúpula da organização
criminosa. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que o
preso foi a óbito por volta das 6h30, na unidade de saúde onde estava internado
desde o dia 9 de abril.
Conforme fontes ligadas ao serviço penitenciário, Geleião cumpria
pena na Penitenciária Orlando Brando Filinto, em Iaras, região de Itapetininga.
Ele permaneceu preso por mais de 40 anos, acusado e condenado por também cometer
crimes na prisão. Segundo a reportagem, o ex-chefe do PCC teria ordenado ataques
e assassinatos de agentes das forças de segurança.
Policiais informaram, ao G1, que Geleião era o último
fundador vivo da facção. Todos os outros já haviam morrido ou sido assassinados.
Em 2001, o presidiário ajudou a comandar a maior rebelião do paÃs, que ocorreu,
simultaneamente, em 29 presÃdios do estado de São Paulo. Em 2002, começou a
delatar os membros do PCC Ã polÃcia, tornando-se um dos principais inimigos do
alto comando do grupo.
COVID NO SISTEMA PRISIONAL - O Ministério Público divulgou, no mês de
abril, um levantamento sobre a situação do sistema prisional na pandemia de
Covid-19. Segundo o documento, pelo menos
100 pessoas morreram, no estado de São Paulo, em consequência da doença, em
pouco mais de um ano. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária
(SAP), 40 presos (Ãndice de 0,32% de letalidade) e 60 servidores (1,96%) foram
a óbito, infectadas pelo novo coronavÃrus.