Tribuna Feirense

  • Facebook
  • Twiiter
  • 55 75 99801 5659
  • Feira de Santana, sexta, 29 de maro de 2024

Saúde

Bahia vacina apenas grávidas com comorbidades, após recomendação do Ministério da Saúde

12 de Maio de 2021 | 13h 35
Bahia vacina apenas grávidas com comorbidades, após recomendação do Ministério da Saúde
Foto: Sesau/RR

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou, nesta quarta-feira (12), que vacinará, apenas, gestantes e puérperas com bebês de até 45 dias portadoras de comorbidades. A decisão, tomada ontem (11), segue a recomendação do Ministério da Saúde.

A orientação da pasta veio após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitir uma nota técnica, na última segunda-feira (10), indicando a suspensão imediata do uso do imunizante da AstraZeneca em mulheres grávidas. O motivo foi morte de uma gestante do Rio de Janeiro, no dia 10 de maio, após a imunização com o fármaco elaborado em parceria com a Universidade de Oxford, que, no Brasil, vem sendo produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O caso ainda está em investigação e, até o momento, não há comprovação de que o óbito foi provocado pela vacina. A Anvisa, no entanto, optou por recomendar que a aplicação siga, criteriosamente, a indicação da bula. "O uso off label? de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra Covid da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica", diz o documento.

A agência reguladora enfatizou, ainda, que "a ocorrência de eventos adversos é extremamente rara e inferior ao risco apresentado pela Covid-19". Por isso, no momento, o Ministério da Saúde aconselha a manutenção da vacinação de gestantes, mas reavalia a imunização no grupo sem comorbidades.

Segundo o G1, a Sesab já havia anunciado a suspensão da vacina da AstraZeneca para esse mesmo público alvo. A descontinuidade do uso do antígeno foi adotada por precaução, segundo o órgão estadual, uma vez que, de acordo com a Anvisa, o "evento adverso grave de acidente vascular cerebral hemorrágico foi avaliado como possivelmente relacionado ao uso da vacina administrada na gestante".

A Bahia segue vacinando as mulheres grávidas com doses do imunizante produzido pelas farmacêuticas Pfizer/BioNtech e com a CoronaVac, vacina elaborada pelo laboratório chinês Sinovac e fabricado no Brasil pelo Instituto Butantan.

Conforme o G1, no caso da CoronaVac, as vacinas estão sendo aplicadas nas cidades que ainda têm doses. O último lote com 60,2 mil doses chegou à Bahia no dia 8 de maio. Mas, em Salvador, já não há doses disponíveis deste imunizante.

No caso da vacina da Pfizer, as aplicações estão restritas à capital e outras 12 cidades da região metropolitana de Salvador (RMS). Isso porque o armazenamento requer refrigeração especial, em temperatura negativa extremamente baixa. Um lote contendo 69.030 doses deste imunizante chegou na madrugada de ontem.

Inicialmente, diz o G1, todas as doses da Pfizer permaneceriam na capital baiana, mas uma reunião com a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) definiu que Salvador ficaria com 20% das doses, isto é, cerca de 14 mil unidades. Os outros municípios da RMS receberiam os 80% restantes.

As vacinas da Pfizer estão guardadas na Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (CEADI), em Simões Filho, e as secretarias de Saúde estão fazendo retiradas graduais, por causa do prazo para a aplicação, que é de somente cinco dias quando o fármaco é refrigerado em temperaturas entre 2 e 8 graus Celsius positivos.

GRÁVIDAS E O IMUNIZANTE DA ASTRAZENECA - Conforme o G1, em Salvador, pelo menos 21 gestantes receberam doses da vacina da AstraZeneca, antes da recomendação da Anvisa. No entanto, o número pode ser maior, já que algumas grávidas se vacinaram em outros grupos prioritários, como é o caso, por exemplo, do segmento de profissionais da Saúde.

O secretário Municipal de Saúde de Salvador, Léo Prates, disse que havia recomendado a imunização de gestantes com doses da Pfizer. Porém, no dia 7 de maio, quando as 21 mulheres foram vacinadas, também estavam disponíveis, nos pontos de imunização, doses das vacinas, agora, suspensas. "Naquele momento, não havia qualquer contraindicação da Oxford/AstraZeneca para grávidas. Eu li, em sites internacionais, que os Estados Unidos estavam vacinando suas grávidas com Pfizer. Então, recomendei para a gente usar esse tipo de vacina aqui, por precaução e segurança. Como alguns pontos tinham Oxford e Pfizer, aconteceu de alguns vacinadores aplicarem a da Oxford em gestantes", detalhou o gestor.

Ainda de acordo com o G1, desde o início da imunização em Salvador, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) criou um formulário para que os vacinados informem possíveis reações adversas. O endereço é o http://reacoesadversascovid.saude.salvador.ba.gov.br.

"Essas gestantes podem nos notificar, se tiverem alguma reação. Nós estamos prontos para dar todo o atendimento e acompanhamento a essas mamães. Quero também ressaltar e tranquilizar de que ainda não há nenhum tipo de comprovação de problemas causados pela aplicação da Oxford/AstraZeneca. A Anvisa tomou uma medida correta, que é, por precaução, suspender a utilização enquanto a gestação não termina", esclareceu o secretário.

Leo Prates solicita que as grávidas que se vacinaram dentro de outros grupos prioritários notifiquem a prefeitura, caso observem alguma reação adversa. Isto porque, como não se vacinaram no grupo de gestantes, não conta, no sistema, a identificação da gravidez. Segundo o G1, até a manhã desta quarta-feira, Salvador já havia vacinado 487 grávidas. O dado corresponde às mulheres vacinadas no grupo prioritário de gestantes.

NÃO TESTADA EM GRÁVIDAS - A vacina da AstraZeneca/Oxford tem eficácia de 76%. A taxa de proteção contra o novo coronavírus é considerada bastante elevada, estando, inclusive, acima do percentual exigido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 50%. Com intervalo de aplicação entre doses maior que todas as vacinas disponíveis no Brasil, até o momento (três meses), o imunizante da AstraZeneca não foi testado em mulheres grávidas ou em processo de amamentação.

Segundo o G1, o fabricante recomenda que o fármaco não seja utilizado por gestantes, sem orientação médica. "Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe o seu profissional de saúde se você estiver grávida, amamentando, pensando engravidar ou planejando ter um bebê. Há dados limitados sobre o uso da vacina Covid-19 (recombinante) em mulheres grávidas ou que estejam amamentando. Seu profissional de saúde discutirá com você se você pode receber a vacina", orienta o prospecto.



Saúde LEIA TAMBÉM

Charge da Semana

charge do Borega

As mais lidas hoje