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Segurança

PM mata mais um cigano, após mortes de agentes em Vitória da Conquista

30 de Julho de 2021 | 14h 22

Sete irmãos ciganos já foram mortos, após crime que vitimou policiais militares (Foto: Reprodução)

PM mata mais um cigano, após mortes de agentes em Vitória da Conquista
Foto: Reprodução

Policiais militares mataram, na manhã desta sexta-feira (30), na cidade de Anagé, no sudoeste da Bahia, o oitavo cigano supostamente envolvido nas mortes do tenente Luciano Libarino Neves, de 34 anos, e do soldado Robson Brito Matos, de 30. Os agentes realizavam uma investigação no distrito de Josué Gonçalves, em Vitória da Conquista.

Segundo o portal de notícias Correio, a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) informou que o homem estava tentando invadir residências numa localidade conhecida como Lagoa Grande. A ação teria sido denunciada por moradores.

Conforme a PM, o cigano portava um revólver calibre 38, além de munições e de uma faca tipo peixeira. Ele e outros três ciganos foram cercados por guarnições da Companhia Independente de Policiamento Especializado Central (Cipe Central) e da 79ª Companhia Independente de Polícia Militar  (79ª CIPM).

Os agentes relataram, ainda, que houve troca de tiros e que o cigano baleado não resistiu aos ferimentos. Na ação, diz o Correio, a pistola do soldado Robson Brito de Matos, roubada após ele ter sido morto, foi recuperada.

Sucessão de mortes - Na tentativa de elucidar os crimes que vitimaram os policiais, no último dia 13, sete irmãos já foram mortos, pela polícia, nas últimas semanas. Segundo o Correio, parentes estão com medo de que toda a família acabe sendo dizimada.

"O pai está inconsolável. A mãe, a mesma coisa. Eles perderam sete filhos e três estão sendo caçados iguais a bicho. Eles [os policiais] estão aterrorizando, invadindo casas de pessoas inocentes. A situação está muito difícil. Os que estavam envolvidos nas mortes dos policiais já foram mortos, no início. Agora, eles querem matar todos os irmãos, que são 10, no total", disse uma familiar dos ciganos mortos, que, por medo de represália, abandonou a própria casa, em Vitória da Conquista.

Conforme a reportagem, o primeiro a ser morto foi Ramon da Silva Matos. O cigano foi alvejado no mesmo dia da execução dos policiais militares, no bairro de Lagoa das Flores. Ele foi socorrido, mas chegou sem vida ao hospital. Segundo a versão da polícia, o homem reagiu a tiros a uma abordagem.

No dia seguinte, mais três irmãos do cigano foram mortos, após a prisão do pai, Rodrigo Silva Matos, também acusado de participar do crime. Um deles, de 13 anos, foi baleado dentro de uma farmácia, em Vitória da Conquista. Apesar de as circunstâncias da morte ainda não terem sido elucidadas, a família culpa a polícia. Os outros dois foram mortos na cidade de Itiruçu. Arlan e Dalvan da Silva foram baleados dentro de um CrossFox preto. Eles teriam disparado contra uma barreira policial.

Em 18 de julho, o empresário Diego Santos Souza, de 29 anos, também morreu, em Vitória da Conquista. De acordo com o Correio, ele foi encontrado dentro de um carro. O corpo estava carbonizado. Testemunhas dizem que o jovem foi confundido com um cigano, mas a polícia investiga as hipóteses de acidente ou homicídio.

Já no dia 28, Sólon, Diogo e Bruno Silva Matos morreram, também em confronto com a polícia, no município de Anagé. A PM relatou que eles estavam às margens do rio Gavião e que reagiram, ao serem abordados.

Proteção a testemunhas - Ainda segundo o Correio, uma família de ciganos que vive na cidade está sendo acompanhada pela Defensoria Pública do Estado (DPE), após denúncias de perseguição de policias militares à comunidade cigana. Cinco mulheres e sete crianças tiveram de se mudar para um município vizinho.

A DPE busca a inserção delas em um programa de proteção a testemunhas. "A mãe dos meninos, as mulheres dos meninos, os filhos dos meninos que foram mortos correm risco de morte, assim como todos nós. Toda a comunidade cigana está apavorada", disse a familiar dos ciganos.



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