Adriano Muniz Décia e Catiúcia de Souza Dias foram,
novamente, presos durante operação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) que
investiga um cartel de empresas prestadoras de serviços ao Departamento
Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA).
De acordo com o G1, eles são apontados, respectivamente, como
lÃder e gerente operacional do grupo criminoso que articulava o esquema
fraudulento. Ambos chegaram a ser detidos em fevereiro deste ano, mas foram soltos
no mesmo mês. Agora, a dupla foi presa por mandado de prisão preventiva.
As fraudes identificadas se davam no âmbito da prestação de
serviços de estampamento de placas dos veÃculos. As prisões de Adriano e
Catiúcia foram restabelecidas com base em nova denúncia do MP-BA, na qual são suspeitos
dos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) frente ao robusto conjunto de provas existente, a desembargadora
Ivete Caldas, do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA), decidiu atender
o pedido do MP-BA e determinar as prisões. A magistrada alegou haver "risco
iminente de dano irreparável à ordem econômica e à ordem pública".
Denominada Cartel Forte, a operação foi deflagrada nas sedes
de empresas e na casa dos investigados, em Salvador e Lauro de Freitas. De
acordo com o G1, as investigações começaram no dia 10 de fevereiro de 2021, contra
empresários que prestam serviços ao Detran-BA. Na época, a Cartel Forte cumpriu
mandados de prisão e busca e apreensão em Salvador e Lauro de Freitas.
Os empresários, diz o MP-BA, teriam se unido para formar um
cartel, fazendo uso de várias empresas em nomes de laranjas e familiares. O inquérito
aponta que eles mantinham o esquema criminoso há mais de 30 anos. Os membros da
organização criminosa costumavam cobrar uma quantia considerável a empresários
que queriam credenciar suas empresas no ramo de estampamento. Também alteravam,
no sistema, a escolha feita pelo consumidor na hora da compra, a fim de
direcioná-lo para as participantes do esquema.
Conforme o G1, à época, o Ministério Público afirmou que não
era possÃvel calcular o valor exato do prejuÃzo à população, já que, nesse tipo
de crime, a concorrência é, praticamente, vetada, sendo o preço para o
estampamento de placas tabelado pelo grupo criminoso.