O paÃs estertora cerceado pela disputa do fim do mundo entre Lula, autor de um "governo com propina na casa dos bilhões" e Bolsonaro, com sua rachadinha, e aberrante desprezo à s vÃtimas da pandemia, para a Presidência. Esse cenário, no entanto, é tudo que deseja os extremistas de ambos os lados, confiantes que o eleitorado terá de escolher aquele que lhe causa menos horror- e não o entusiamo de apontar o melhor. Por conta disso, jornalistas, analistas, torcedores, beneficiários, tratam de apontar não haver chance para a terceira via. Até que foi confirmada a candidatura de Sérgio Moro, ex-juiz que comandou a Lava-Jato e prendeu os maiores ladrões empresariais e polÃticos do paÃs- um feito inédito em nossa história. Com surpreendente desenvoltura Moro tem respondido aos ataques de ambos os lados e sua candidatura tem apresentado crescimento, até porque parece estar se rodeando de bons conselheiros como Afonso Celso Pastore. As acusações de que Moro não é confiável porque teria traÃdo Bolsonaro chegam a ser ridÃculas, afinal, foi o presidente que lhe ofereceu um Ministério da Justiça com porteira fechada e lhe entregou aderência ao Centrão, falta de esforço em aprovar a prisão em segunda instância, e nomeou o pequeno Aras para a Procuradoria da República com a missão de enterrar a Lava-Jato. O crescimento dos números iniciais das pesquisas mostrando que a candidatura Moro pode ser viável traz alerta ao demais concorrentes que apostam em serem eleitos por rejeição. Uma vergonha para essa nação. Aliás, se o eleitor tivesse juÃzo eliminaria os dois- Lula e Bolsonaro- do segundo turno. E terÃamos, enfim, menos do mesmo.