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Cultura

Família de Jorge Amado contesta poema supostamente escrito durante exílio do autor no Uruguai

10 de Outubro de 2024 | 17h 05
Família de Jorge Amado contesta poema supostamente escrito durante exílio do autor no Uruguai
Foto: Reprodução

A Fundação Jorge Amado veio a público contestar um poema inédito supostamente atribuído ao escritor baiano. Intitulado ABC de Sebastopol, o texto, que teria sido escrito durante o período em que o artista permaneceu exilado no Uruguai, na ditadura do Estado Novo, de Getúlio Vargas, será leiloado nesta sexta-feira (11), pela casa Zorrilla, da capital uruguaia, em parceria com a Hilario, de Buenos Aires, Argentina.

No entanto, a família do escritor, que é dona dos direitos autorais do artista, afirma não conhecer tal composição poética e, portanto, não atesta sua autenticidade e ineditismo. A entidade também ressaltou que nunca manteve contato com representantes da Zorrilla e da Hilario, organizadoras do leilão.

Por meio de nota, declarou que "Jorge Amado é um dos maiores escritores do mundo” E que “o seu acervo e sua produção literária reconhecida pertence à Fundação Casa de Jorge Amado e encontra-se na sede da Instituição, localizada no coração do Pelourinho, em Salvador".

A Fundação Jorge Amado enfatizou, ainda, que a família do escritor, através de representantes legais, entrou em contato com as casas Zorrilla e Hilario, solicitando a suspensão do pregão, que será realizado pelo Museo Juan Zorrilla.

As organizadoras do evento, ao anunciarem a hasta pública, afirmaram que o ABC Sebastopol foi escrito em 1942, enquanto Jorge Amado esteve exilado na Argentina e no Uruguai, fugindo da repressão do regime Vargas.

O poema não teve trechos divulgados e teria sido escrito inspirado nas experiências do escritor em Sebastopol, na Crimeia, durante a Segunda Guerra Mundial.

Exílio Jorge Amado fugiu do Brasil e se exilou na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942. O escritor passou por Buenos Aires e Montevidéu, além das cidades uruguaias de Treinta y Tres e Piriápolis.

Segundo a Fundação Jorge Amado, na ocasião, o escritor baiano usava nomes falsos e não ficava fixo em uma única cidade. Em Montevidéu, capital uruguaia, ele chegou a se hospedar em um hotel, situado na Cidade Velha, com o nome de Dante, uma referência a Dante Alighieri, autor da célebre obra A Divina comédia.

 

 

 

*Com informações do g1 BA.



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