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Saúde

Fiocruz baiana cria teste rápido para leptospirose

18 de Maio de 2015 | 09h 40

As técnicas atuais utilizadas demoram até 15 dias para fechar diagnóstico

Fiocruz baiana cria teste rápido para leptospirose
O contato com a água ou a lama proveniente das chuvas é um grave fator de contaminação da leptospirose

Se depender dos esforços da unidade baiana da Fundação Oswaldo Cruz(Fiocruz), dentro de pouquíssimo tempo, centros de saúde de todo o país poderão contar com um exame diagnóstico que, em apenas 20 minutos, identifica a bactéria causadora da leptospirose numa gota de sangue do paciente suspeito.

O teste desenvolvido na Bahia foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) e será fabricado na unidade do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), que é uma unidade da Fiocruz, no Rio de Janeiro. As técnicas atuais utilizadas para detectar leptospirose demoram até 15 dias para fechar o diagnóstico.  

De acordo com o médico e pesquisador Mitermayer Galvão, só falta o Ministério da Saúde decidir como a incorporação será feita no Sistema Único de Saúde. “O material desenvolvido ainda tem potencial para ser aperfeiçoado, além de também ser a origem para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença”, esclarece. O pesquisador ressalta, no entanto, que a perspectiva de desenvolvimento de uma imunização não tem sequer previsão para uma data de lançamento. 

“Precisamos concluir primeiro as etapas que culminam nos testes clínicos, mas já podemos adiantar que, uma vez finalizada, a vacina vai prevenir a leptospirose em humanos e nos cães, pois os resultados em pequenos mamíferos foram muito animadores”, completa.

A importância do desenvolvimento do teste rápido e da vacina ganha proporções maiores especialmente nos períodos de chuva, quando a água lava as tocas desses roedores e descarrega no meio ambiente milhões de bactérias causadoras da doença que lembra a dengue, causando dores musculares (especialmente na panturrilha ou “batata” da perna), febre, manchas avermelhadas nos olhos, icterícia (que é a cor amarelada nos olhos e pele), dor de cabeça.

“Os últimos levantamentos mostraram que existe quatro ratos para cada habitante de Salvador e isso torna a contaminação algo extremamente comum”, explica o médico, ressaltando que a bactéria consegue sobreviver por até 20 dias no ambiente.

Como os sintomas da leptospirose são facilmente confundidos com viroses comuns nesse período e com a própria dengue, o paciente termina demorando muito para encontrar atendimento, proporcionando que a doença atinja estágios avançados, com quadros de hemorragia pulmonar, fato que eleva o risco de morte para 73% dos infectados.

Apenas no Brasil, cerca de 12 mil casos de leptospirose grave são notificados anualmente durante epidemias que ocorrem em comunidades carentes. A letalidade gira em torno de 10%.
Evidências A pesquisa da Fiocruz começou em 1995, quando o pesquisador americano Albert Ko e Mitermayer Galvão estudavam a meningite bacteriana no Hospital Couto Maia. 

“Na época, percebemos que muitos dos pacientes que chegavam àquela unidade com um quadro grave de leptospirose, geralmente, eram homens, moravam em bairros periféricos e haviam recebido um diagnóstico anterior de dengue”, diz o médico. Na época, quando havia um quadro de epidemia de dengue  e, dos 303 casos de leptospirose grave, 15% vieram a óbito. 

“O fato nos chamou a atenção e começamos a nos debruçar sobre aquela realidade”, completa. 
Galvão destaca que se for diagnosticada no início, a doença pode ser curada sem a necessidade de hemodiálise ou internamentos.Ele lembra que, ao identificar os sintomas, é importante relatar ao médico o contato com a água.

FONTE: Correio



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