A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos, nesta sexta-feira (7), para manter a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seis de seus aliados na tentativa de golpe de Estado perpetrada em 2022. Os sete réus foram julgados no âmbito da ação referente ao Núcleo 1 da trama golpista.
Os votos foram proferidos durante o julgamento virtual dos recursos protocolados pelas defesas dos
condenados, que pretendiam evitar a execução das penas em regime fechado.
Até o momento, os ministros Alexandre
de Moraes, relator do processo; Flávio Dino; e Cristiano Zanin votaram pela
manutenção das condenações. Falta o voto da ministra Cármen Lúcia.
Luiz Fux não votará. Isto porque, em outubro, o magistrado pediu transferência para a Segunda
Turma da Suprema Corte, após votar pela absolvição de Bolsonaro.
A votação permanece aberta até a
próxima sexta-feira (14). Estão em julgamento os chamados embargos de declaração, recursos que
têm o objetivo de esclarecer omissões e contradições no texto final do
julgamento, que foi realizado no dia 11 de setembro e terminou com a condenação
de todos os réus.
Além de Bolsonaro, que foi condenado a 27 anos e três meses
de prisão, também tiveram os recursos negados o ex-ministro e candidato a vice-presidente
na chapa de 2022, general Walter Braga
Netto; o almirante Almir Garnier,
ex-comandante da Marinha; o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança
do Distrito Federal, Anderson Torres;
o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno; o ex-ministro da
Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e
o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
Mauro César Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante
de ordens de Bolsonaro, assinou delação premiada, ainda durante as
investigações, e não recorreu da condenação. Ele já cumpre a pena em regime
aberto e foi autorizado, pelo ministro Alexandre de Moraes, a tirar a tornozeleira eletrônica.
Prisão – Atualmente,
Bolsonaro encontra-se em prisão domiciliar cautelar, em função de outra
investigação, referente ao inquérito sobre o tarifaço dos Estados Unidos contra
o Brasil.
Se o recurso for rejeitado, a
prisão de Bolsonaro e dos demais acusados poderá ser decretada. O ex-presidente
pode cumprir a pena definitiva na ação penal do golpe no presÃdio da Papuda, em
BrasÃlia, ou em uma sala especial na PolÃcia Federal (PF). A decisão final será
do ministro Alexandre de Moraes.
Os demais condenados são militares e delegados da PF.
Poderão, portanto, cumprir suas penas em quartéis das Forças Armadas ou em alas
especiais da própria Papuda.
Diante do estado de saúde de
Bolsonaro, a defesa também poderá solicitar que o ex-presidente seja mantido em
prisão domiciliar, como ocorreu com o ex-presidente Fernando Collor.
Condenado pelo STF em um dos processos da Operação Lava Jato,
Collor foi mandado para um presÃdio em Maceió, mas ganhou o direito de cumprir
a pena em casa, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica, por motivos de
saúde.
*Com informações da
Agência Brasil.