O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra sete magistrados do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), acusados de participação em um esquema de corrupção que teria beneficiado uma organização criminosa responsável por decisões judiciais fraudulentas contra o Banco do Nordeste.
Entre os investigados está a desembargadora Nelma Sarney, ex-corregedora-geral de Justiça e cunhada do ex-presidente José Sarney. Ela e os demais seis magistrados foram afastados de suas funções por determinação do corregedor nacional de Justiça, Mauro Luiz Campbell, relator do caso.
Segundo Campbell, o grupo atuava por meio da manipulação de decisões judiciais, com desembargadores e juízes proferindo sentenças contrárias às normas legais. Relatórios técnicos apontaram transações financeiras suspeitas e diversas movimentações atípicas relacionadas ao levantamento de alvarás em processos fraudulentos, causando prejuízos ao Banco do Nordeste.
A apuração do caso tramita na esfera criminal do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e teve início após uma sindicância instaurada a partir de informações enviadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou indícios de lavagem de dinheiro e irregularidades financeiras associadas ao esquema.