Em entrevista ao programa Linha de Frente, da TV Aratu, o ex-ministro Geddel Vieira Lima — condenado pelo caso das malas com R$ 50 milhões encontradas em um apartamento em Salvador — afirmou que já pagou pelo crime, conforme exige a lei brasileira, e que pretende continuar sua atuação política, embora não deseje ocupar outro mandato. Para ele, trata-se de “um episódio superado”.
Geddel declarou ter sido pressionado a fazer delação, mas afirmou que, por questão de caráter, jamais aceitaria, pois queria “sentir-se bem consigo mesmo”. Em um dos momentos mais marcantes da entrevista, disse que, “do ponto de vista político, não há nenhum político da Bahia, e muito menos do Brasil, que possa apontar o dedo” para ele.
Segundo o ex-ministro, diante do atual modelo de financiamento de campanhas, “nenhum político tem condições morais de apontar o dedo” para ele. Usando uma expressão retórica, afirmou que “por trás de todo paladino da moralidade existe um canalha”.
Ele contou ainda que, quando foi preso, todos desapareceram, como se sua casa fosse “parte do vale dos leprosos”. No entanto, após seu retorno, o local “parecia o Santuário de Aparecida” devido à romaria de políticos que buscavam seu apoio eleitoral.
Geddel afirmou também que aceita críticas, mesmo duras, mas advertiu que ninguém deve “bater”, pois, se isso acontecer, “vai levar”, já que ele se considera destemido.
A entrevista completa está disponível na TV Aratu.