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Brasil e Moçambique assinam acordos para fortalecer o país africano

24 de Novembro de 2025 | 17h 50
Brasil e Moçambique assinam acordos para fortalecer o país africano
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Com o objetivo de fortalecer a capacidade institucional moçambicana nas áreas de desenvolvimento, saúde, educação, diplomacia, empreendedorismo, promoção comercial, aviação civil, assistência jurídica e serviços agroflorestais, Brasil e Moçambique firmaram, nesta segunda-feira (24), nove atos de cooperação.

Em vista a Maputo, capital do país africano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que quer recuperar a capacidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de financiar empresas brasileiras no exterior, beneficiando o próprio país e nações parceiras, como é o caso de Moçambique.

Em declaração à imprensa, ao lado do presidente moçambicano, Daniel Chapo, Lula disse que “Moçambique é um país em desenvolvimento, que ainda possui lacunas de infraestrutura a suprir”. Destacou, também, que o crescimento do país “depende de portos, estradas, usinas e linhas de transmissão”. E afirmou que “o Brasil tem empresas dinâmicas, com condições de contribuir”.

Segundo Lula, para conseguir exportar esses serviços, o Brasil deve oferecer opções de crédito para financiar a internacionalização dos negócios do país, o que já foi feito via BNDES.

A comitiva brasileira desembarcou em Maputo neste domingo (24), vinda de Joanesburgo, na África do Sul, onde o chefe de Estado do Brasil participou da Cúpula de Líderes do G20, grupo das maiores economias do mundo.

A viagem a Moçambique se insere nas comemorações dos 50 anos das relações diplomáticas entre os dois países, que também são parceiros no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil lembrou que Lula, ao assumir o terceiro mandato, em 2023, deixou claro que retomaria a relação com os países africanos, como uma prioridade da política externa. “O Brasil se perdeu por caminhos sombrios e, nesse processo, se esqueceu dos laços com a África. Muitas das sementes que havíamos lançado não tiveram tempo de vingar. Mas é hora de recobrar a consciência”, ponderou Lula.

Em 2023, o presidente brasileiro visitou a África do Sul, Angola e São Tomé e Príncipe. Em 2024, esteve no Egito e na Etiópia, bem como recebeu o presidente do Benin, em visita oficial. Em 2025, Lula já recepcionou os presidentes de Angola e Nigéria. Além disso, o Brasil sediou, em maio deste ano, uma reunião de ministros de agricultura.

Comércio – Moçambique é o maior beneficiário da cooperação brasileira com recursos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) na África, cobrindo áreas diversificadas, como saúde, agricultura, educação, formação profissional, e envolvendo projetos estruturantes. Desde 2015, foram formalizadas 67 iniciativas.

Os dois países querem, ainda, ampliar o comércio e os investimentos. Nesse sentido, foi organizado um fórum com empresários brasileiros e moçambicanos, com painéis sobre agronegócio, indústria e inovação e saúde. Lula participa do encerramento do evento, nesta segunda-feira.

Em 2024, o intercâmbio comercial entre Brasil e Moçambique foi de US$ 40,5 milhões, com exportações brasileiras totalizadas em US$ 37,8 milhões e importações de US$ 2,7 milhões.

Os produtos exportados são constituídos, sobretudo, por carnes de aves frescas, congeladas ou resfriadas (41%); produtos de perfumaria ou toucados (4,7%); e móveis e suas partes (5%). Já as importações são compostas por tabaco desqualificado ou desnervado (95%).

O governo entende que, apesar de um fluxo de comércio limitado, as relações comerciais e institucionais do Brasil com os países africanos fazem parte de um projeto político, de aliar cooperação para o desenvolvimento e educação dessas nações.

Hoje, Lula citou, por exemplo, o fortalecimento do complexo industrial da saúde brasileiro, que permitirá, novamente, a produção de fármacos e medicamentos em Moçambique.

O presidente revelou que o Ministério da Educação e a Agência Brasileira de Cooperação oferecerão, em 2026, a colaboradores moçambicanos, até 80 vagas para curso de formação em ciências agrárias e até 400 vagas para curso técnico em agropecuária.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai reforçar essa iniciativa, com treinamento de técnicos do país africano. “Ninguém melhor do que o Brasil para contribuir, também, com a segurança alimentar de Moçambique. Com tecnologia adequada, é possível ampliar a produtividade da savana africana, sem comprometer o meio ambiente”, avaliou Lula.

O presidente destacou, ainda, que, “com o mesmo senso de prioridade”, o intuito é trabalhar “para incluir Moçambique entre os países contemplados pela etapa de implementação acelerada da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”.

O chefe de Estado brasileiro também citou possibilidades de parcerias para preservação de florestas, transição energética, produção audiovisual e literária e combate ao crime organizado. “O governo brasileiro tem trabalhado com inteligência para desarticular redes criminosas e estrangular suas fontes de financiamento. A Polícia Federal brasileira é reconhecida internacionalmente por sua capacidade de rastrear ativos ilícitos e combater a lavagem de dinheiro. Ela está à disposição para compartilhar sua experiência e ampliar sua colaboração com Moçambique”, disse.

Além da reunião de trabalho com o presidente Daniel Chapo e do encontro com empresários, Lula vai receber o título de doutor honoris causa pela Universidade Pedagógica de Maputo.

 

 

 


 

 

*Com informações da Agência Brasil.



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