A Bahia registrou crescimento na taxa de incidência de HIV/AIDS ao longo dos últimos quatro anos, segundo levantamento da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) obtido pelo Bahia Notícias. Os dados são divulgados durante o Dezembro Vermelho, campanha nacional de prevenção e conscientização sobre HIV, Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis.

Em 2020, a taxa de detecção de HIV era de 15%. O índice subiu para 16,9% em 2021, alcançou 18,5% em 2022 e chegou a 22,1% em 2023, mantendo ritmo semelhante em 2024, com 22,2%. Já em 2025, até 27 de novembro, a taxa registrada foi de 18,3%.

Os casos de Aids também oscilaram no período: 5,7% em 2020; 7,4% em 2021; 8,4% em 2022; 8,5% em 2023; 7,7% em 2024; e 5,7% neste ano.

De acordo com Eleuzina Falcão, coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da Sesab, o leve crescimento de 0,1% nos casos de HIV entre 2023 e 2024 pode estar ligado à ampliação das estratégias de testagem. “A implementação da estratégia Fique Sabendo e a descentralização da testagem na Atenção Primária podem estar diretamente relacionadas ao incremento das notificações”, afirmou.

O estudo também apresenta os dados de mortalidade por Aids na Bahia. Em 2020, foram registrados 610 óbitos (4,1%), número que subiu para 692 (4,6%) em 2021. Em 2022, foram 617 mortes (4,4%); em 2023, 633 (4,5%); e em 2024, 564 óbitos (3,8%).

Segundo Eleuzina, o cenário atual revela discreto aumento nas notificações de HIV, mas redução nos casos de Aids. “Isso pode estar relacionado ao diagnóstico precoce, à adesão ao tratamento, à eficácia dos medicamentos e à ampla oferta desses cuidados pelo SUS”, explicou.