Só baixou de 60% dos votos válidos quando disputou indiretamente apoiando Tarcízio em 2008
Há quatro eleições Ronaldo vence no primeiro turno em Feira de Santana. Três tendo ele mesmo como candidato, uma com Tarcízio Pimenta representando seu grupo. Esta foi a única das quatro em que o percentual de votos do "ronaldismo" ficou abaixo de 60%.
Da primeira eleição em 2000 para a primeira reeleição em 2004, houve um acréscimo de sete pontos percentuais no seu total de votos válidos.
Já em sua segunda reeleição, em 2012, quando Tarcízio passara de aliado para adversário, seu índice baixou só 2,5 pontos percentuais em relação ao obtido em 2004.
Uma característica importante a se observar é que dentre as lideranças políticas municipais, Ronaldo foi o único a estar presente diretamente na disputa em todos os quatro pleitos (o PT teve dois candidatos diferentes e numa delas não lançou nome. Colbert teve dois partidos, passou de adversário para aliado e em 2012 não concorreu).
Acompanhe a evolução nos gráficos comentados a seguir:
Na primeira vez em que Ronaldo ganhou, o PT não apresentou candidato. Zé Neto (que tinha concorrido quatro anos antes), aliou-se a Colbert.
Foi a eleição em que os opositores de Ronaldo obtiveram seu melhor resultado percentual.
Clailton Mascarenhas, o vice que assumiu após a morte de José Falcão, fez um governo impopular, quase sofreu um impeachment por corrupção e obteve 4,3 por cento dos votos. O curioso é que ele era o candidato do PMDB. Colbert Filho estava incompatibilizado com Geddel e candidatou-se pelo PPS.
Adroaldo, professor da Uefs, teve um pouco menos de 0,5% dos votos válidos disputando pelo Partido da Causa Operária, o PCO, que só agora em 2016 volta a concorrer, com Leonardo Pedreira.
Os três personagens principais da política feirense naquele momento, tiveram um confronto direto. Ronaldo, Colbert e Zé Neto foram os únicos candidatos.
Ronaldo disputava reeleição. Colbert era tido como seu principal opositor e Zé Neto buscava crescer, retirando-lhe este status.
O petista foi relativamente bem sucedido, pois terminou com um percentual de votos válidos muito próximo de Colbert, que novamente disputou pelo PPS.
Ambos levaram, entretanto, uma surra do candidato do PFL (nesta eleição, como na anterior, este ainda era o nome do partido de Ronaldo).

Ronaldo não poderia mais ser candidato e teve que escolher quem iria concorrer. Foi um processo tenso, porque Tarcízio Pimenta, Fernando de Fabinho, Eliana Boaventura e Jairo Carneiro estavam todos com o então prefeito e queriam sua cadeira. A escolha recaiu sobre Tarcízio.
Para a disputa de 2008 o PT mudou de candidato. Sérgio Carneiro venceu prévia no partido e disputou contra o candidato de Ronaldo, queixando-se de que Zé Neto, derrotado na prévia, não se empenhou em sua campanha.
Colbert estava de volta ao PMDB e protagonizou com o PT uma disputa pelo apoio do então popularíssimo presidente Lula, que apareceu, sem muito resultado, na propaganda dos dois partidos.
A eleição foi mais apertada. Tarcízio correu risco de ir para o segundo turno, mas superou por pequena margem a soma dos votos dos concorrentes (54% para ele, 46% para os adversários). Nesta eleição houve um quarto nome, professor Almeri, do PSDB, que terminou com 2,39%.
Tarcízio elegeu-se mas teve o governo controlado por ronaldistas. Ao mesmo tempo ele próprio acenava para o governo do estado, embora jamais tenha tido coragem para romper com Ronaldo e aderir a Jaques Wagner. A tentativa de manter os ronaldistas unidos fracassou e todos os outros três postulantes ao posto de candidato do grupo acabaram se aliando ao petismo após a eleição.

Foi a eleição em que Ronaldo empenhou-se em compensar a perda daqueles aliados investindo justamente na atração dos herdeiros das outrora maiores forças políticas do município.
Roberto Tourinho (herdeiro de José Falcão), que tinha sido na Câmara o mais incômodo oposicionista de Ronaldo durante o segundo mandato, acabou disputando este novo pleito como aliado. Na medida em que Ronaldo e Tarcízio se afastavam, Tourinho passou a ser uma peça chave nas denúncias de corrupção contra o prefeito do período 2009/2012.
Mas a adesão de maior impacto foi a de Colbert, que contrariou aliados históricos e virou ronaldista. Depois de eleito, Ronaldo completou a atração de novos aliados tirando do PT para seu secretariado, o ex-deputado Sérgio Carneiro, filho de João Durval. Já durante a campanha Durval aderira ao projeto ronaldista.
Com todos eles no grupo, o prefeito pretende conseguir agora em 2016 sua quinta vitória eleitoral seguida. De preferência evitando mais uma vez o segundo turno, que em Feira de Santana só deu o ar da graça em 1996, há 20 anos, quando Josué Mello e José Falcão se enfrentaram.