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Segurança

Suspeito de assassinar líder quilombola Mãe Bernadete é preso, na Bahia

13 de Setembro de 2025 | 16h 03
Suspeito de assassinar líder quilombola Mãe Bernadete é preso, na Bahia
Foto: Reprodução/Redes sociais

A Polícia Civil da Bahia (PCBA) prendeu, nesta sexta-feira (13), Josevan Dionísio dos Santos, mais conhecido como BZ, sob suspeita de ser o executor da líder quilombola Mãe Bernadete Pacífico. O crime aconteceu no dia 17 de agosto de 2023, no território do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

De acordo com o inquérito, Josevan Dionísio e comparsas armados invadiram a residência da liderança religiosa e a assassinaram a tiros. Mãe Bernadete era integrante da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq).

O mandado de prisão foi cumprido em um imóvel situado em Simões Filho, onde o principal acusado manteve a companheira e os dois filhos como reféns. "As equipes da Core iniciaram negociação estratégica, que garantiu a libertação das vítimas sem ferimentos e a rendição do homem”, disse a Polícia Civil.

Conforme a corporação, uma pistola calibre 9mm, de fabricação turca, com numeração raspada foi apreendida, durante a operação policial.

Josevan Dionísio dos Santos foi, então, conduzido à sede do Departamento de Repressão e Combate ao Narcotráfico (Denarc), onde realizou os exames legais. Ele segue custodiado, à disposição do Poder Judiciário.

BZ é suspeito de integrar um grupo criminoso atuante em Simões Filho e região. De acordo com a PCBA, a facção está envolvida em roubos, tráfico de drogas e homicídios.

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) declarou que os ideais da ialorixá assassinada e sua luta para manter a ordem dentro da comunidade quilombola liderada por ela estariam prejudicando os interesses dos líderes do tráfico de drogas da região, tendo sido este o motivo de sua morte.

Sendo assim, segundo os investigadores, o homicídio da líder religiosa foi motivado pela "resistência da vítima contra a expansão do tráfico de drogas em territórios tradicionais".

Mãe Bernadete era uma voz ativa na defesa dos direitos humanos. Ela denunciava a atuação de facções criminosas na localidade. "Percebendo que a liderança de Maria Bernadete impediria a expansão do comércio de entorpecentes e de outros negócios rentáveis no entorno da barragem de Pitanga dos Palmares, área de preservação ambiental, o Maquinista deu a ordem para que Bernadete fosse executada", frisou a polícia, referindo-se ao mandante do crime.

Seis pessoas foram indiciadas pelo homicídio. Cinco já foram presas. Diligências continuam sendo realizadas, com o intuito de localizar o último envolvido. O homem identificado como Maquinista permanece foragido.

A ialorixá Maria Bernadete Pacífico Moreira foi morta aos 72 anos. Os matadores dispararam diversas vezes contra ela, na frente de seus netos, menores de idade. Conforme a PCBA, a líder religiosa foi morta quase seis anos depois do assassinato de seu filho, Binho do Quilombo, que também exercia o papel de liderança local.



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