A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade, na madrugada deste sábado (13), em sessão virtual, um agravo regimental movido pelo deputado estadual baiano Binho Galinha (PRD) contra a decisão do ministro-relator Cristiano Zanin de manter os efeitos da Operação El Patrón. A decisão foi preferida após finalização do julgamento acerca da ação deflagrada contra o parlamentar.
Além de Zanin, o colegiado é formado pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e
Flávio Dino. A votação pela rejeição do recurso formou maioria na última
segunda-feira (8), após os votos do relator, de Moraes e de Carmen Lúcia.
Ao apresentar o caso à Suprema Corte, Cristiano Zanin argumentou que a tese do Tema
990/RG é clara: o compartilhamento de Requisição de Relatórios de Inteligência
Financeira (RIF) entre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
e os órgãos de investigação é constitucional, independentemente de iniciativa
espontânea ou por solicitação, desde que realizado por meio de comunicações
formais, com garantia de sigilo e instrumentos de controle.
No entendimento do magistrado, a
decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), portanto, estaria em desacordo
com a jurisprudência vinculante do STF. “A Unidade de inteligência financeira
deve ser capaz de disseminar, espontaneamente e a pedidos, informações e os
resultados de suas análises para as autoridades competentes relevantes, e deve
usar canais dedicados, seguros e protegidos para tal disseminação”, explicou Zanin.
Operação El Patrón – Deflagrada em dezembro de
2023, pela Polícia Federal (PF), a Operação
El Patrón cumpriu dez mandados de prisão preventiva, 33 de busca e
apreensão, além do bloqueio de R$ 200 milhões em contas, sequestro de 40
propriedades e suspensão das atividades de seis empresas ligadas aos
investigados.
Segundo o Ministério Público do
Estado da Bahia (MP-BA), Binho Galinha é apontado como líder de uma organização
criminosa com atuação em Feira de Santana. A denúncia inclui crimes como
milícia, receptação, jogo do bicho, extorsão, agiotagem, lavagem de dinheiro e
outros delitos. A esposa e o filho do parlamentar também são réus no processo.
O MP-BA cobra um valor total de R$ 700 milhões, incluindo reparação por danos morais causados pelas atividades da organização. À época da deflagração, o deputado afirmou, por meio de nota, confiar na Justiça e se colocar à disposição para esclarecer os fatos.