Quando Maria Corina Machado foi impedida de concorrer na
eleição venezuelana, Lula disse que ela deveria parar de chorar, defendendo seu
amigo, o ditador Nicolás Maduro. A eleição foi uma fraude, sobre a qual o
governo brasileiro não se manifestou, apesar de o resto do mundo não reconhecer
a vitória do ditador.
Agora, o Prêmio Nobel da Paz foi dado a Maria Corina por sua
luta pela liberdade do povo venezuelano
e a coragem de enfrentar a ditadura instalada por lá, com suas milícias e
execuções. O governo brasileiro, até o momento, está em silêncio, sem nenhuma
manifestação oficial, em um gesto vergonhoso que sequer reconhece a primeira
mulher da América do Sul a ganhar esse prêmio.
O apreço de Lula pela ditadura daquele país é histórico e de
longo prazo. Ele já a defendeu em várias ocasiões, recebeu Maduro no Brasil com
todas as honras. Já disse que havia "eleição demais na Venezuela";
que Maduro precisava de sua própria narrativa, entre outros apoios. É um
compromisso ideológico e inescrupuloso, pois sequer leva em conta os milhões de
refugiados que estão no Brasil.
Há, no entanto, um mérito: Lula não disfarça, não esconde
sua cumplicidade ideológica que “passa pano” para todos os crimes do ditador
Nicolás Maduro!