A formação da chapa governista para a próxima eleição tornou-se um jogo de xadrez e uma disputa feroz, apesar do clima de "todo mundo junto e de acordo". As pesquisas — ao menos as que chegam ao público — mostram Rui Costa e Wagner na liderança ao Senado, o que obrigaria o descarte do Senador Ângelo Coronel, aliado do Senador Otto Alencar. Coronel já reagiu publicamente ao descarte, embora saibamos que a decisão final passa por seu líder, Otto Alencar.
É evidente que descartar Wagner, que tem grande inserção no
governo e é uma liderança histórica do PT, não passa de uma especulação
irrealista, apesar de sua eventual dificuldade física do momento. É certo que
há tempos ele não "bate boca de calça", como se diz popularmente,
pelo eleitor, mas sua intenção de voto nas pesquisas o coloca logo atrás de
Rui.
O atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, vem sendo
acossado pelas denúncias do caso dos respiradores da pandemia, comprados e
nunca entregues, que se tornou um escândalo nacional, com publicações recentes
nos jornais do Sul e na revista Veja. Não se pode duvidar de "fogo
amigo", ou não tão amigo assim, já que a imprensa sempre publica que ele
coleciona desafetos no Planalto. Pelo sim, pelo não, certamente que Rui prefere
a proteção do mandato de Senador do que continuar ministro do governo Lula. O
Senado, como disse o ex-senador e senhor feudal do Maranhão, José Sarney,
citando outro Senador, Dinarte Mariz, “é chegar ao céu sem precisar morrer”.
Por outro lado, o ministro do STF, Flávio Dino, suspendeu repasses de Emendas
Pix ao município de Coração de Maria, junto com outros oito municípios, por
suspeita de irregularidades no valor de R$ 44,3 milhões. O município é a
principal área de influência do Senador Ângelo Coronel.
Enfim, são muitas variáveis em jogo para a formação da chapa
governista, mas há uma forte probabilidade de que o PT assuma uma chapa
“puro-sangue” com três nomes na majoritária. Resta saber como compensar os
aliados da coligação partidária.