Tribuna Feirense

  • Facebook
  • Twiiter
  • 55 75 99801 5659
  • Feira de Santana, sbado, 08 de novembro de 2025

André Pomponet

Com matança, extrema-direita se reposiciona

André Pomponet - 04 de Novembro de 2025 | 11h 36
Com matança, extrema-direita se reposiciona

Os mais de 100 mortos na operação policial da semana passada, no Rio de Janeiro, foram o estopim para o reposicionamento da extrema-direita no cenário eleitoral de 2026. Subitamente, a segurança pública se tornou a mais urgente pauta nacional e a matança, como método, converteu-se na panaceia para todas as questões da violência no Brasil. A histeria midiática colocou o governo na defensiva, mas não há certeza de que o clima permaneça até as próximas eleições.


Há pouco diziam que o Brasil se tornaria uma nova Venezuela, com fome e desemprego campeando por aí. Não é o que se vê: a renda cresceu, o emprego também, os preços pararam de subir e o País experimenta uma fase de relativa bonança econômica depois de uma interminável década de turbulências. Não dá, portanto, para a oposição insistir no “comunismo”, nem no descalabro econômico, para apear Lula do poder.


Que fazer, então? Apostar num tema afeito à extrema-direita e que, ao mesmo tempo, encurrale o governo. Para inflá-lo, há o incessante repisar midiático. A matança no Rio de janeiro veio a calhar, lançando o tema no noticiário. Obviamente, a extrema-direita não apresenta, nem busca soluções. Deseja, apenas, uma pauta que comova a sociedade e desconforte o governo, facilitando seu retorno ao poder.


É óbvio que as facções criminosas avançaram e consolidaram seu poder nos últimos anos. Sobretudo a partir do “libera geral” de armas no governo de Jair Bolsonaro, o “mito”. Claramente, o problema exige soluções urgentes. Mas é necessário sensatez para não recair na fórmula fácil da matança, vigente há décadas no Brasil. É necessário, também, cautela para não despencar na arapuca eleitoral da extrema-direita.


O cenário que começou a se desenhar nos últimos dias é profundamente inquietante. Caso a agenda necrófila avance e se consolide, o Brasil de Jair Bolsonaro vai parecer jardim de infância. Com todos os horrores que se viu naqueles anos funestos... 



André Pomponet LEIA TAMBÉM

Charge da Semana

Charge do Borega

As mais lidas hoje