A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou nesta terça-feira (12) o regulamento que instituirá o Fair Play Financeiro no futebol brasileiro. A nova norma começará a valer em janeiro de 2026 e tem como objetivo disciplinar o controle orçamentário dos clubes, prevenindo desequilíbrios recorrentes nas finanças das equipes.
O modelo será implementado de forma gradual até 2029, período em que os clubes deverão ajustar suas contas. As despesas com salários e amortizações de atletas não poderão ultrapassar 70% da receita total.
Outro ponto central será o controle do endividamento de curto prazo, limitado a 45% da receita anual.
A fiscalização começará em abril de 2026, com acompanhamento das folhas salariais e movimentações no mercado de transferências. O monitoramento será contínuo, com auditorias periódicas.
O regulamento prevê punições progressivas para os clubes que descumprirem as regras. Na primeira infração, a equipe deverá apresentar um plano de ajuste financeiro, passando a ser monitorada pela CBF.
A partir da segunda violação, poderão ser aplicadas sanções como advertência pública, multa, retenção de receitas, bloqueio para registro de atletas (transfer ban), perda de pontos, rebaixamento e até cassação da licença de clube.
Segundo a entidade, o sistema busca promover um “controle preventivo, e não apenas punitivo”, com foco na sustentabilidade de longo prazo.
A partir de abril de 2026, clubes em recuperação judicial ou em acordos coletivos com credores também estarão sujeitos a regras específicas. Durante o processo, a folha de pagamento não poderá ultrapassar a média dos três meses anteriores ao pedido judicial, evitando aumento de gastos.
Nas janelas de transferências, essas equipes só poderão contratar caso realizem vendas equivalentes, impedindo o crescimento da dívida durante a reestruturação.
Os clubes deverão regularizar novas dívidas até janeiro de 2026, enquanto as pendências anteriores terão prazo até novembro do mesmo ano. Entre 2026 e 2027, haverá uma fase de adaptação, e, a partir de 2028, será obrigatória a apresentação de resultados equilibrados, com receitas iguais ou superiores às despesas.
Inspirado no modelo da UEFA, o Fair Play Financeiro da CBF foi ajustado à realidade econômica do futebol brasileiro, levando em conta a estrutura de receitas e endividamento das equipes nacionais. O regulamento passará por ajustes finais até 26 de novembro, quando será publicada sua versão definitiva.