A autorização concedida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para que sejam instalados 21 radares na BR 324, entre Salvador e Feira de Santana, foi criticada por diversos vereadores na sessão da Câmara desta terça-feira (18). Um dos que se pronunciou sobre o assunto, o presidente do Legislativo, Marcos Lima (União), ressaltou que a rodovia ficou destruída e causando prejuízos financeiros aos cidadãos, mesmo após a saída da concessionária Via Bahia. Segundo ele, por esta razão é difícil para o usuário aceitar cobranças numa estrada que tem ocasionado muitos desastres. “Mas não querem deixar de arrecadar do bolso do cidadão. Trazendo mais cobranças. Fica nosso repúdio a isto”, reclamou.

Além dos radares que irão colocar, observou Zé Curuca (União), tem a questão da possibilidade do condutor ser multado quando faltar meio quilômetro para chegar ao local onde está instalado o equipamento, se não tiver dentro da velocidade permitida. “Então será uma farra de multas”, queixou-se, reforçando que o trecho do contorno do distrito de Humildes (Salvador-Feira/BR 324) está uma vergonha total, devido à quantidade e o tamanho dos buracos. “Está uma tragédia. Apelo aos responsáveis do DNIT que mandem fazer o tapa-buraco, uma vez que estão trabalhando na região”, pediu.

Falta de sinalização é um outro problema da via, lembrou Marcus Carvalhal (PL). Ele classificou como de “péssima qualidade” as condições atuais da rodovia. “A gente poderia fazer um convite para o ministro dos Transportes pegar um carro e vir de Salvador até Feira, a fim de conhecer de perto a situação e ver o que os cidadãos passam”, sugeriu. Já o vereador Edvaldo Lima (União), que desde a semana passada tem denominado a BR 324 como “Estrada do Assassinato”, em razão do registro de diversas ocorrências de acidentes, avaliou que falta ação dos governos federal (responsável pela via) e estadual (cujo governador é aliado).

E a péssima situação, segundo o vereador, se estendeu para a BR 116 (Rio-Bahia), que era considerada a melhor. “Agora, no perímetro baiano, também está arrebentada. Vindo de Santo Estevão, vi próximo a Feira um acidente envolvendo uma carreta que deixou a estrada toda engarrafada, ocasionado por buraco”, afirmou. O parlamentar criticou a notícia sobre intenção do governador Jerônimo Rodrigues fazer “só agora” uma operação emergencial de tapa-buraco, visando o próximo feriado e o fim de ano.

“Concordo plenamente. Acho que o Governo Federal está criando dificuldade para vender facilidade. Tirou a Via Bahia pagando quase um bilhão pelo distrato e agora tem que licitar a rodovia”, apoiou o líder da Bancada do Governo na Casa, José Carneiro (União). Para ele, com a instalação dos 21 radares os baianos deverão gastar mais tempo para chegar a Salvador. “É uma vergonha, mais de 20 radares em menos de 100 km de pista”, reclamou. Isto ocorre, na opinião de Lulinha da Gente (União), porque as autoridades só viajam de avião ou helicóptero. “Inclusive, a empresa Via Bahia teria mudado de nome, conservando o mesmo CNPJ. E pode estar querendo concorrer para administrar a pista federal de novo”, comentou.