Já na primeira semana de funcionamento, foram 16 reencontros confirmados e dezenas em investigação. O site social www.euteachei.com.br, criado pelo programador feirense Alberto Oliveira Júnior, está ajudando que parentes e amigos, depois de anos sem saber onde o outro está, tenham informações e se reencontrem. Para que as buscas sejam iniciadas, basta que o interessado preencha um formulário com nome, endereço, email, telefone fixo e celular (com o whatsApp), além da cidade e estado onde mora. Uma senha é liberada posteriormente.
Alberto Júnior diz que não o site não foi criado para que ex-casais se reencontrem ou que novos pares românticos sejam formados, mas com foco em familiares ou amigos que, por motivos pessoais ou não, ao longo dos anos perderam o contato. “Os resultados preliminares são muitos promissores”, avalia o programador. A quantidade de pessoas que buscaram o serviço já se aproxima de 200. E a tendência é de que com a popularização do site este número se multiplique.
Ele disse considerar a procura relativamente fácil e que geralmente as primeiras respostas aparecem em poucas horas. A ferramenta usada na busca da pessoa é a Justiça Eleitoral. Digita-se o nome da pessoa e da sua mãe, bem como a data de nascimento. “A varrição é feita pelo sistema, que elimina os homônimos. A gente vai até onde a legislação permite”, afirma. “O serviço é dificultado se não tiver o nome da mãe”, adverte.
Alberto Junior trabalha numa empresa que tem um grande banco de dados e se tornaram parceiros. “A gente vai em busca das informações pessoais que sejam públicas”.
As respostas à procura, diz o programador, geralmente são rápidas. A demora está relacionada aos contatos telefônicos que são feitos com a pessoa que está sendo procurada. Mas a boa notícia não é dada imediatamente, mesmo com a confirmação de que a busca foi positiva. “Para que a gente confirme a quem procura que a busca terminou, é preciso que o procurado autorize e informe o número do seu telefone, para que contatos posteriores sejam mantidos. Afinal, nem sempre quem sumiu quer ser encontrado por parentes”.
De posse das informações, é iniciada a segunda etapa, que é feita por meio de contato telefônico. “Teve uma pessoa que a gente conseguiu o número de um vizinho. Outra, entramos em contato com uma escola próxima da casa dele, que nos ajudou”. Entre os casos solucionados dois baianos. Um de São Gonçalo dos Campos e outro de Salvador. “As reações são as mais diversas. Uma mulher nos manda diariamente e-mail nos agradecendo por ter encontrado seu parente”. O serviço é gratuito, mas Alberto Junior aceita doações.
O site mantém parceria com uma pessoa que mora na Holanda e que se dedica a oferecer este tipo de serviço a brasileiros que perderam seus vínculos com os parentes que residem no país. Há uma troca de informações. “Geralmente são pessoas que foram adotadas que desejam conhecer suas referências brasileiras”. Todo o serviço de investigação virtual é feito com a ajuda de Luis Carlos. Com a senha, o interessado pode logar e ver em que estágio está a procura. “Como todos estão ansiosos, a gente busca dar a resposta no mais curto espaço de tempo”.
Foi por meio do site que a brasiliense Bruna Daniela, 19 anos, encontrou um dos seus seis irmãos, Tiago Henrique, 26, que também mora na capital federal e que, como os outros, foi adotado. “Fomos adotados e nunca mais tivemos contatos”, disse, por telefone.
Ela afirmou que já conversou com o irmão, também por telefone. “Vou continuar tentando encontrar os outros, mesmo que a minha mãe não goste de falar sobre o passado dela”. Bruna informa que ficou com os avós maternos e sempre manteve contato com a mãe dela. Para ela, o site encerrou a busca de um ano pelo irmão. Eles ainda não se encontraram pessoalmente. “O gelo está sendo quebrado”, justifica.