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Cultura

Nesta sexta e sábado tem nova temporada do espetáculo 'Encarceradas'

17 de Março de 2017 | 07h 44
Nesta sexta e sábado tem nova temporada do espetáculo 'Encarceradas'
Foto: Divulgação
“Minha filha despertou para o tema, para aprender a se livrar de ciladas como drogas e prostituição que podem pôr fim à liberdade. A história de cada encarcerada é chocante. É forte, é real e nos fez refletir”, declara Tânia Souto, mãe da adolescente Beatriz, ao recomendar a peça Encarceradas, do diretor e historiador Fernando Souza. O espetáculo abre nova temporada no Teatro do Cuca, nesta sexta e sábado (17 e 18.03), às 20h, em celebração ao mês do teatro.
 
A montagem teatral é recomendada, principalmente, aos estudantes e profissionais das áreas humanas e, e especial, a todos os adolescentes que precisam conhecer as armadilhas para mundo do crime. A idade mínima recomendada é de 12 anos. A peça provoca uma reflexão sobre o sistema prisional do Brasil e retrata o esquecido ambiente carcerário feminino.
 
“Numa sociedade onde a mulher já faz de tudo e, muitas vezes, não é valorizada, imagina uma encarcerada”, declara o diretor ao explicar um pouco sobre suas motivações para escrever essa trama que emociona, faz rir do que não tem a menor graça, leva o público a pensar junto com o elenco e sacode a sociedade que segue a vida como se aquelas mulheres presas nem existissem. O que as levou ao crime? Como é o dia a dia? Encarceradas fala de abandono, da dor da saudade, de criminalidade e conta casos que mais parecem histórias fictícias de livros ou filmes.
 
Através do teatro realista de Stanislavski e com uma linha Brechtiana de apresentação, a peça é fundamentada em mais de dois anos de pesquisa teórica e de campo. O elenco visitou o Complexo Penal de Feira de Santana, Bahia, onde fez o seu principal laboratório, e se surpreendeu com os casos ali conhecidos. “Trouxemos para o palco traços de personalidade, jeito de olhar, de falar, de arrumar o cabelo... tudo que vimos serviu de inspiração para criar Chica, Binha, Popozão, Soraya e Patrícia, nossas personagens encarceradas. Foi uma experiência inesquecível”, conta Carol Acos, atriz.
 
Após a estreia, a peça voltou ao presídio para apresentar às presas o resultado desse trabalho tão criterioso. Aníbal Bastos conta que elas tiveram as mais surpreendentes reações. “É arte na sua forma mais plena: com função social clara e efetiva. Foi demais!”, declara o ator.
 
Ação social é ação social. Arte é arte. Para a atriz Elidiane Souza, Encarceradas é um mosaico dessas áreas e uma oportunidade imperdível para essa reflexão importante. “Essa peça nos permite desempenhar o mais autêntico papel de artista, que é fazer as pessoas pensarem sobre a sociedade da qual fazem parte”, comenta. Além de levar entretenimento, o espetáculo leva para os palcos mais que uma peça de teatro, uma questão social. “É muito importante entender a arte com esse olhar social”, destaca Lorena Porto, atriz.
 
Nasceu há três anos após o resultado de oficina no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) orientada pelo então professor Fernando Souza. Ganhou experiência, profissionalizou-se e, hoje, conta com atores convidados como é o caso de Aníbal Bastos e Lorena Porto. Uma seleção de atores trouxe para o grupo mais duas talentosas atrizes, Catharina Arouca e Júlia Lorrana. Em 2017, a companhia de teatro estreia seu novo espetáculo NEM AMÉLIAS, NEM QUITÉRIAS, com uma abordagem sobre a violência doméstica, tendo o machismo como pano de fundo.


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