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Saúde

Índia diz que, no momento, não pode atender demanda do Brasil por vacinas; avião está parado desde ontem

15 de Janeiro de 2021 | 21h 22
Índia diz que, no momento, não pode atender demanda do Brasil por vacinas; avião está parado desde ontem
Foto: Divulgação

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tentou, uma vez mais, manter o cronograma estabelecido pelo Governo Federal para trazer, da Índia, 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, produzida em parceria com a Universidade de Oxford. No entanto, por telefone, o chanceler indiano Subrahmanyam Jaishankar reiterou que não será possível atender à demanda brasileira, nesse momento.

O portal de notícias Uol informou, nesta sexta-feira (15), que apurou, junto à fontes diplomáticas, que a conversa foi amistosa e que o chanceler indiano deixou claro que há boa vontade em fornecer as doses produzidas pelo Serum Institute. O impasse, segundo o representante do governo indiano, teria a ver com questões de logística. A principal alegação do governo indiano é que o país começará a sua própria campanha de vacinação neste sábado (16).

A Índia conta com o imunizante porque aprovou o seu uso emergencial no início do ano. No entanto, a permissão para usar o fármaco veio condicionada a algumas restrições. A principal foi que o Instituto Serum não exportasse as doses. A decisão visa que o país consiga garantir a vacinação das populações mais vulneráveis.

A determinação também impede a comercialização do imunizante no mercado privado, medida adotada para evitar o encarecimento da vacina. Outro fator é que a produção indiana também está destinada aos países em desenvolvimento, com menos recursos e em situação de desvantagem na corrida pela vacina.

Por tudo isso, no dia 4 de janeiro, a Índia já havia dito, formalmente, ao Brasil, que não poderia enviar as doses, pelo menos dentro de alguns meses. Nesse meio tempo, o governo brasileiro tentou reverter o veto, mas sem sucesso.

A pretensão do Brasil era trazer as doses a tempo de iniciar a vacinação contra a Covid-19 na próxima semana, entre os dias 20 e 21. Mas o deslocamento do avião brasileiro, nesta quinta-feira (14), para buscar o imunizante, foi visto como uma precipitação, tanto pelo governo quanto pelos meios de comunicação indianos.

O Uol enfatiza que, com a formalização da nova negativa da Índia, dificilmente será mantido o cronograma de decolagem do avião da Azul contratado para buscar as doses no país asiático. A aeronave, que chegou a ser adesivada especialmente para a missão, está, desde ontem, no Aeroporto dos Guararapes, em Recife, após sair de Campinas, em São Paulo. A tripulação aguardava autorização para decolar rumo à cidade indiana de Mumbai, às 23 horas de hoje.

Coinforme o Uol, há uma semana, o presidente Jair Bolsonaro chegou a enviar uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo a antecipação do fornecimento dos 2 milhões de doses, em caráter de urgência. A intenção do governo indiano é atender à demanda brasileira, nos próximos dias, diz o site, mas ainda não há previsão real para isso ocorrer.

CORONAVAC – Sem o imunizante de Oxford, resta ao Ministério da Saúde contar com a CoronaVac, vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, para dar início ao Plano Nacional de Imunização. Esta é a única com doses já disponíveis no país. Aguarda, apenas, o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para começar a ser aplicada.

A vacina de Oxford também será produzida no Brasil, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mas, do mesmo modo, aguarda a aprovação do órgão regulador brasileiro. Segundo o Uol, a Anvisa prometeu uma decisão sobre o pedido de uso emergencial dos dois imunizantes para o próximo domingo (17).

ATRASO – O presidente da República admitiu, nesta sexta-feira, que o cronograma de transporte das vacinas terá de ser adiado, mas disse que, no “no máximo” por três dias. Conforme o portal de notícias, Bolsonaro lembrou o início da vacinação na Índia e argumentou que o país indiano também sofre pressões políticas. Ele ressaltou, no entanto, que tudo já estaria acertado. “É um país com 1 bilhão [de habitantes]. Então, resolvesse aí atrasar um ou dois dias até que o povo comece a ser vacinado lá. Porque lá também tem as pressões políticas de um lado e de outro. Isso daí no meu entender, daqui a dois ou três dias, no máximo, nosso avião vai partir e vai trazer esses dois milhões de vacinas para cá”, disse, em entrevista à TV Bandeirantes.

Bolsonaro já não nega a possibilidade de usar a CoronaVac para dar início à campanha de imunização, como antes. Isto por causa da escassez de vacinas contra a Covid-19. “Não tem disponibilidade no mercado. Vamos procurar fazer como está muito bem sendo tratado pelo [ministro da Saúde Eduardo] Pazuello junto ao Butantan, nós fazermos nossa vacina aqui”, disse o presidente, lembrando que o imunizante já está sendo envasado e rotulado no Brasil.



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