A Polícia Federal (PF) recuperou artefatos furtados da área onde Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião; a mulher dele, Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita; e mais nove cangaceiros foram mortos, pela polícia, na Grota do Angico, localizada no município de Poço Redondo, a 174 quilômetros de Aracaju, no estado de Sergipe. A informação foi divulgada, nesta segunda-feira (18). Um inquérito foi instaurado, a fim de apurar a subtração dos objetos.
De acordo com o Uol, dentre o material recuperado, munições e cápsulas deflagradas (algumas, aparentemente, fabricadas entre os anos de 1912 e 1913), além de botões e prendedores de cabelo. De acordo com a PF, as peças foram furtadas por pesquisadores do cangaço, na Grota do Angico.
O local onde os artefatos furtados foram encontrados não foi divulgado. A PF também não informou os nomes dos investigados suspeitos de cometer o crime. “Essas pessoas vão até locais de confronto e acampamento dos cangaceiros, com detectores de metais, para buscar artefatos. São pessoas de boa índole, que se interessam pelo tema e têm vontade de montar acervos e até museus para preservação da história e dos itens em si, mas a retirada desses artefatos é proibida”, advertiu a Polícia Federal.
Realizar escavações e retirar quaisquer objetos de locais de interesse histórico configura crime, previsto no Artigo 63 da Lei n. 9.605/98, estando os autores sujeitos a penalidades.
A recuperação dos objetos, segundo o site, ocorreu durante instrução de inquérito policial para apurar o furto de artefatos em sítios arqueológicos e demais locais de interesse histórico, em Sergipe. “A investigação ainda está em andamento, motivo que impossibilita maiores detalhes”, comunicou a polícia.
O material foi entregue ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para ser catalogado e preservado.
A Grota do Angico foi o local em que Lampião, Maria Bonita e os cangaceiros Alecrim, Colchete, Elétrico, Enedina, Luiz Pedro, Macela, Mergulhão, Moeda e Quinta-feira estavam acampados. Todos acabaram mortos, ao serem atacados de surpresa, pela polícia armada oficial, mais conhecida como Volante, no dia 28 de julho de 1938. Eles foram decapitados e suas cabeças expostas nos municípios de Piranhas e Maceió, localizados no estado de Alagoas, e em Salvador, na Bahia.
Na capital baiana, a tutela dos restos mortais do bando ficou a cargo do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, até 1969, quando as cabeças foram, finalmente, devolvidas às famílias, para sepultamento.