O paciente com doença renal crônica necessita realizar hemodiálise
(filtração do sangue), três vezes por semana, para se manter vivo. A falta de tratamento
implica em elevadíssimo risco de vida. O problema é que a máquina para realizar
o tratamento tem preço em dólar e são importadas, assim como vários insumos.
Esses produtos tiveram um significativo aumento, em especial durante a
pandemia, mas a tabela do SUS não foi reajustada.
A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT),
estima que a defasagem entre o custo real e o repassado levou ao sucateamento
do setor, fechamento de várias clínicas e formação de grupos para tentar a sobrevivência
e enfrentamento. De acordo com o órgão, nos últimos seis anos, quarenta
clínicas foram a falência no país devidos os repasses insuficientes realizados
pelo SUS. Os valores recebidos variam, dependendo do porte da clínica, entre
36% a 49% abaixo do custo real do tratamento.
A situação agravou-se com a aprovação do piso da enfermagem
que representará um aumento de custo de 25% do faturamento ao dobrar a folha de pessoal,
tornando absolutamente impossível aos serviços arcarem com material, folha e
encargos, e impostos.
Caso não haja uma solução que aporte suplemento os serviços correm o
risco de fechar e os pacientes serem devolvidos ao sistema de saúde por
completa inviabilidade. A ABCDT sugere que além do reajuste da tabela do
SUS, outras alternativas que poderiam contribuir para enfrentar a crise seriam:
redução ou isenção do ICMS dos insumos usados nas hemodiálises; anistia da
água, que gera altos custos para o setor; e o cofinanciamento junto ao Estado e
Prefeituras, realidade em algumas unidades da federação como Rio de Janeiro,
Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
O setor está em caos e o risco é real!