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  • Feira de Santana, quinta, 30 de outubro de 2025

Economia

Preços de alimentos caem, inflação perde força e fecha junho em 0,24%

10 de Julho de 2025 | 12h 58

Bandeira vermelha na conta de luz pressionou IPCA para cima

Preços de alimentos caem, inflação perde força e fecha junho em 0,24%
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O mês de junho foi marcado pela primeira queda no preço dos alimentos após nove meses, o que ajudou a inflação oficial a perder força, pelo quarto mês seguido, fechando junho em 0,24%.

A bandeira vermelha na conta de energia elétrica, no entanto, fez o valor da luz subir, passando este a ser o subitem que mais pressionou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado, nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em junho de 2024, a inflação oficial havia sido de 0,21%. Desde fevereiro de 2025, quando marcou 1,31%, o IPCA perdeu força, seguidamente, nos meses de março (0,56%), abril (0,43%), maio (0,26%) e junho (0,24%).

Apesar da sequência de meses de desaceleração, isto é, com inflação cada vez menor, o IPCA acumulado de 12 meses alcançou 5,35%, ficando, pelo sexto mês seguido, acima do teto da meta do governo, de até 4,5%. Esse período de seis meses acima de 4,5% configura estouro da meta. Em abril, esse acumulado obteve o ponto mais alto do ano: 5,53%.

Dos nove grupos de preços apurados pelo IBGE, apenas um apresentou queda de preços, o de alimentos e bebidas (0,18%), representando peso de 0,04 ponto percentual (p.p.).

 

comportamento dos grupos:

 

- Índice geral: 0,24% (0,24 p.p.);

- Alimentação e bebidas: -0,18% (-0,04 p.p.);

- Habitação: 0,99% (0,15 p.p.);

- Artigos de residência: 0,08% (0,00 p.p.);

- Vestuário: 0,75% (0,04 p.p.);

- Transportes: 0,27% (0,05 p.p.);

- Saúde e cuidados pessoais: 0,07% (0,01 p.p.);

- Despesas pessoais: 0,23% (0,02 p.p.);

- Educação: 0,00% (0,00 p.p.);

- Comunicação: 0,11% (0,01 p.p.).

 

Alimentos Vilão da inflação nos últimos meses, este grupo foi influenciado pela alimentação no domicílio, que saiu de 0,02% em maio para menos 0,43% em junho. Os subitens que mais puxaram para baixo o grupo foram ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%).

O gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, salienta que bons números da safra atual aumentaram a oferta de alimentos, o que provocou a queda de preços.

O café subiu 0,56% em junho, bem abaixo de maio (4,59%), e acumula alta de 77,88% em 12 meses. Já a alimentação fora do domicílio desacelerou para 0,46% em junho, depois de ter marcado 0,58%, em maio.

Conta de luzO subitem que mais empurrou o IPCA para cima foi a energia elétrica, que subiu 2,96% no mês, representando impacto de 0,12 pontos percentuais (p.p). A explicação está, sobretudo, na bandeira vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

A bandeira tarifária vermelha é uma medida do governo no cenário de fim do período chuvoso. A previsão de geração de energia proveniente de hidrelétrica piorou, o que, nos próximos meses, pode demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que fornecem energia mais cara.

Além da alteração tarifária, o IBGE apurou reajuste nas contas de luz nas cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro. De acordo com Fernando Gonçalves, “se tirássemos a energia elétrica do cálculo, o IPCA ficaria em 0,13%”.

TransportesO grupo dos transportes também teve alta relevante no mês (0,27% e impacto de 0,5 p.p). Dentro do grupo, os combustíveis caíram no mês (0,42%), mas houve alta no transporte por aplicativo (13,77%).

O índice de difusão no mês foi de 54%, o que significa que dos 377 produtos e serviços que tiveram os preços apurados, 54% tiveram alta de preço. Esse é o menor patamar desde julho de 2024 (47%). Em abril, o índice chegou a 67%.

INPC – O IBGE divulgou, também, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que ficou em 0,23% em junho e acumula 5,18% em 12 meses.

A diferença entre os dois índices é que o INPC apura a inflação para as famílias com renda de até cinco salários mínimos. Já o IPCA, para lares com renda de até 40 salários mínimos. Atualmente, o mínimo é de R$ 1.518.

O IBGE confere pesos diferentes aos grupos de preços pesquisados. No INPC, por exemplo, os alimentos representam 25% do índice, mais que no IPCA (21,86%), pois as famílias de menor renda gastam, proporcionalmente, mais com comida. Na ótica inversa, o preço de passagem de avião pesa menos no INPC do que no IPCA.

O INPC influencia diretamente a vida de muitos brasileiros, uma vez que o acumulado móvel de 12 meses costuma ser utilizado para cálculo do reajuste de salários de diversas categorias ao longo do ano.

 

 

 

*Com informações da Agência Brasil.



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