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  • Feira de Santana, quarta, 29 de outubro de 2025

Segurança

Governo do Rio estima 119 mortes em operação contra Comando Vermelho; moradores retiram corpos da mata

29 de Outubro de 2025 | 15h 57
Governo do Rio estima 119 mortes em operação contra Comando Vermelho; moradores retiram corpos da mata
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Realizada nesta terça-feira (28), nos complexos do Alemão e Penha, no Rio de Janeiro, a denominada Operação Contenção, deflagrada pelas polícias Civil e Militar do estado, deixou um saldo total de 119 mortos, dentre estes, 115 civis e quatro agentes de Segurança Pública.

As informações foram atualizadas, hoje (29), pelo secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, em entrevista coletiva à imprensa. As autoridades de Segurança Pública admitem que o número de óbitos ainda pode aumentar, mas alegam que os suspeitos mortos reagiram com violência à ação policial. Também afirmam que os que se entregaram foram presos. 

No total, 113 pessoas foram detidas, sendo 33 delas oriundas de outros estados, mas que atuavam no Rio de Janeiro. Além disso, dez adolescentes foram encaminhados a unidades socioeducativas. “A polícia não entra atirando, entra recebendo tiro”, disse Curi, ao ser questionado se as mortes eram esperadas.

Esta foi a maior Operação de Segurança Pública dos últimos 15 anos, no Rio de Janeiro, e, também, a mais letal. O secretário, no entanto, afirma que o resultado foi fruto das ações dos criminosos. “A operação estava planejada. O resultado quem escolheu não foi a polícia, foram eles”, alegou.

Felipe Curi não considera a ação de ontem uma chacina, termo usado por movimentos sociais e defensores dos direitos humanos para classificar o resultado da atuação das polícias. “Chacina é a morte ilegal. O que fizemos, ontem, foi ação legítima do Estado para cumprimento de mandados de apreensão e prisão”, argumentou. 

 A Operação Contenção alcançou repercussão mundial, sendo manchete nos noticiários de diversos países. E também foi amplamente criticada por especialistas em Segurança Pública, moradores e organizações nacionais e internacionais.

Ativistas denunciaram que a ação foi um "massacre". Especialistas apontaram a exposição da população comum ao risco de morte, em função dos tiroteios e explosões.

Os confrontos e ações de retaliação de criminosos geraram pânico em toda a cidade, que teve as principais vias, escolas, comércios e postos de saúde fechados.

De acordo com Felipe Curi, as pessoas mortas durante o conflito estão sendo oficialmente tratadas como criminosas e autoras de tentativa de homicídio contra policiais. Ao todo, de 2,5 mil agentes de Segurança Pública participaram da operação.

280 ordens judiciaisAs autoridades policiais do Rio de Janeiro informaram que o objetivo da ação era conter o avanço da facção criminosa denominada Comando Vermelho (CV) e cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 ordens de prisão, sendo 30 deles expedidos pelo estado do Pará, parceiro do Rio de Janeiro na operação.

Na avaliação de Curi, “a operação de ontem foi o maior baque que Comando Vermelho levou”. O gestor salientou que a organização criminosa sofreu grande perda de armas, drogas e, também, de lideranças.

Ao todo, foram apreendidas 118 armas de fogo, dentre elas, 91 fuzis. A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (SSP-RJ) ainda contabiliza a quantidade de droga apreendida, mas estima que sejam toneladas.

Para o titular da pasta, Victor dos Santos, a Operação Contenção deixou apenas oito vítimas. “As vítimas dessa operação são quatro inocentes feridos sem gravidade e quatro policiais que, infelizmente, faleceram”, declarou.

Na versão do secretário, as pessoas que morreram eram criminosas. Segundo ele, elas optaram por não se entregar à polícia. “A alta letalidade que se verificou era previsível, mas, obviamente, não era desejada”, afirmou.

Durante a coletiva de imprensa, foram apresentadas imagens da ação. Conforme as autoridades, ela foi planejada. E as normas legais, cumpridas. Também foi destacado que os agentes usaram câmeras corporais e que o conflito foi deslocado para uma área de mata, onde a maior parte das mortes ocorreu, a fim de preservar a população.

Em relação às câmeras, as autoridades alegaram que algumas podem ter ficado sem bateria, por conta da duração da operação. Com isto, admitem que parte das ações policiais pode não ter sido registrada.

Corpos na mata Na madrugada e na manhã de hoje, a própria comunidade e familiares dos mortos reuniram os corpos retirados da mata em uma praça situada no Complexo da Penha.

Ao ser questionado sobre o motivo de os corpos não terem sido removidos pelas polícias Civil, Técnica e Militar e acerca da não prestação de socorro a essas pessoas, o secretário de Segurança Pública disse que as corporações não sabiam desses corpos. “Todos aqueles que foram retirados na madrugada ou manhã eram criminosos que sequer a polícia tinha conhecimento deles”, disse, ressaltando que “muitos são baleados e entram na mata, procurando ajuda”.

Sobre a possibilidade de aumento do número de mortos, Victor dos Santos afirmou que ainda é possível que haja mais vítimas. “Não foi consolidado ainda, pode ser que tenha aumento”, frisou.

 

 

 

 

 

*Com informações da Agência Brasil.



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